QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

558
QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
1751, a cobrança dos quintos por casa de fundição 1609 . Como
se verá, toda a legislação, a partir de então, apresenta a clara
intenção de enfraquecer as causas do quilombismo, passa a
favorecer um pouco mais aos pretos forros e livres e a facilitar
as suas vidas nas vilas organizadas, sem abrir mão de repressões,
mesmo que veladamente, mas agora de forma menos violenta.
O Mistério da Primeira Povoação do Ambrósio
O desembargador Caetano da Costa Matoso, ouvidorgeral
de Ouro Preto empossado em 1749, legou-nos o chamado
Códice Costa Matoso 1610 . Teria iniciado essa coleção de
documentos após agosto 1748, quando foi nomeado para o
Brasil. Entre janeiro de 1749 e abril de 1752, já em Vila Rica,
teve alcance privilegiado a fontes escritas e orais, agregando
ao seu códice o maior volume de documentos – numerados de
2 a 116. Entre maio e setembro de 1752, no Rio de Janeiro,
pôde colher e copiar os documentos 117 a 126 dos arquivos
daquela cidade. Entre 1752 e outubro de 1754, em Lisboa,
completou sua coleção principalmente sobre o Bispado de
Mariana e arrecadação do quinto.
O Códice contém sérias denúncias do povo e das câmaras
contra Gomes Freire e contra o Bispado de Mariana. Porém,
não fala absolutamente nada sobre o massacre do Campo
Grande. Como também nada fala sobre a extinção da Capitania
de São Paulo e do esbulho que Gomes Freire perpetrou
sobre seu território, hoje Sudoeste Mineiro.
Também a coleção de documentos manuscritos avulsos
relativos a Minas Gerais existente no Arquivo Histórico Ultramarino
de Lisboa surpreende pela falta de notícias do massacre
do Campo Grande – tanto de 1746 como de 1758-1760
1609 Capítulo 12, item 21 do “Instruções” de J.J. Teixeira Coelho, Revista do Archivo Público Mineiro, 1903,
v. 8, Fasc. I e II, p. 493.
1610 Cujos originais hoje se encontram na Biblioteca Mário de Andrade, da cidade de São Paulo.