QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
dição por parte de negros e caiapós “vindos do sertão do Paraná”.
Assim, nesta expedição de 1759, Bartolomeu mostrou “a
necessidade de uma tropa de pelo menos 50 soldados índios
„chamados bororos‟. José Antônio Freire de Andrade encaminhou
logo o pedido à Câmara de São João para que atenda
prontamente” 1807 .
Realmente, decisão de 10 de fevereiro de 1759 da Câmara
de São João Del Rei dá conta de que custariam “a este senado
a quantia de cinqüenta, ou cem oitavas de ouro para
pedir uns soldados índios chamados (...) bororos que (...) o
dito Bueno (pedira) para mandar vir dos seus presídios para
os (...) preparar para a saída de Campogrande” 1808 .
Os índios bororos da Aldeia do Rio das Velhas (hoje, Indianópolis),
morto o Pai-Pirá em 1750, estavam, em 1759, sob
o comando espiritual dos padres jesuítas de São Paulo, Manoel
da Cruz e Francisco José, provavelmente expulsos da Aldeia
nesta mesma época. Mas havia inúmeras outras aldeias
de bororos administrados 1809 - sem jesuítas - nas Minas Gerais.
Quanto ao restante do contingente, uma fonte posterior,
Martinho de Mello, ministro de Maria I, em documento intitulado
“Instrução para dom Antônio de Noronha, governador e
capitão-general da Capitania de Minas Gerais” informaria
que “havendo em Minas Gerais as milícias e, além delas,
muitos outros habitantes e grande quantidade de homens
pardos e negros, de uns e outros se têm formado em algumas
ocasiões corpos semelhantes, como foi o de sete companhias
que o governador interino José Antônio Freire de Andrade
1807 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 44 e 45.
1808 Acórdãos da Câmara de São João Del Rei, livro 004-000116 da digitalização da UFJF, fls. 111 (remarca-
da) do próprio livro da câmara.
1809 Proibida a escravização dos índios, passou-se a chamá-los de “administrados”, disfarçando-se, assim, a
continuidade de sua escravização.
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