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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

gens de todos os caminhos e todas as imposições de que hoje<br />

se compõe o donativo, deixando livre a cada qual negociar<br />

com o ouro na espécie que lhe parecer e introduzir nas <strong>Minas</strong>,<br />

ou extrair delas, os gêneros que quiser, sem pagar mais<br />

direitos que aqueles que já se acham estabelecidos nos portos<br />

de mar” 832 .<br />

O Brasil não conhece o Brasil; não conhece sua história<br />

tributária. Por isto é que alguns “Gusmões” de hoje ainda<br />

ousam propor o tal “Imposto Único” sem medo de serem linchados<br />

pela população. Senhores tributaristas, prestem atenção<br />

na proposição, implantação e efeitos do tributo da capitação<br />

nos anos setecentos.<br />

O número de pretos forros era tão considerável que o<br />

sistema tributário de capitação se idealizou e se viabilizou por<br />

incidir também sobre eles. Vejamos registro da profª. Laura<br />

de Mello e Souza:<br />

“No início dos anos 30 do século XVIII, estudando as<br />

possibilidades de se estabelecer nas <strong>Minas</strong> o imposto da capitação,<br />

a Coroa dirigiu ao governador conde das Galvêas uma<br />

série de cartas ordenando que se examinassem as vantagens e<br />

desvantagens da alforria. O conde respondeu que, apesar de<br />

serem ordinariamente atrevidos, os (negros e crioulos) forros<br />

trabalhavam nas lavras e apresentavam utilidade aos reais<br />

quintos, como contribuintes que eram. Já os mulatos forros<br />

eram bem mais insolentes, 'porque a mistura que têm de<br />

brancos, os enche de tanta soberba e vaidade que fogem ao<br />

trabalho servil, com que poderiam viver, e assim vive a maior<br />

parte deles como gente ociosa'. O rei alarmou-se ante essas<br />

informações, pedindo que Galvêas opinasse sobre a necessidade<br />

de se 'dar alguma providência acerca dos mulatos forros,<br />

que vivem também em grande liberdade” 833 .<br />

832 Obras Várias de Alexandre de Gusmão, parte II, Tomo I, 1950, p. 57.<br />

833 Desclassificados do Ouro, Graal, 1982, p.107, citando cartas de 17 de junho de 1733 e 20 de maio de 1732,<br />

APM, SC, Cód. 18. Parêntesis não-itálicos, nossos.

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