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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

“Os homens de baixo ou nenhum recurso somente ingressavam<br />

nas categorias de sua cor como soldados rasos,<br />

nos terços respectivos, onde os postos ficam privilégio dos ricos,<br />

pesando sobre os pés-rapados a odiosa instituição do recrutamento.<br />

Um pouco de ouro, entretanto, obtido num golpe<br />

de fortuna, levantava rapidamente o pé-rapado” 572 .<br />

Com uma maior precisão, num trabalho específico, a<br />

profª. Laura de Mello e Souza escreveu:<br />

“Brancos, pretos, mestiços, homens livres ou escravos<br />

fugidos, esses indivíduos aproximavam-se uns dos outros<br />

mais do que se tem dito, apesar de não chegarem a configurar<br />

o que se chamaria 'consciência de grupo'. Entretanto, em<br />

muitos casos apresentavam certa coesão que, mesmo sendo<br />

espontânea, deve ser levada em conta”.<br />

“Camada social extremamente fluida, esta fluidez se<br />

verifica, entretanto, antes 'para baixo do que para cima', e<br />

mais no meio do que nos extremos: senhores e escravos eram<br />

bem definidos na hierarquia social, e as eventuais indefinições<br />

que os afetavam só surgiriam no momento da infração -<br />

também esta mais passível de nivelar os de baixo (escravos e<br />

forros) do que os de cima: os empresários coloniais impunes<br />

e intocáveis na maior parte das vezes”.<br />

“Independentemente dessas eventuais infrações niveladoras,<br />

os grupos que maior proximidade apresentaram foram<br />

pois os dos escravos e forros. Isto se faz notar na ocorrência<br />

de casamentos entre forros e cativos, estes sendo, muitas<br />

vezes, escravos dos primeiros” 573 .<br />

Citando carta de Morgado de Mateus, governador de<br />

São Paulo, ao conde de Oeiras, registra Laura: “Nesta terra<br />

(em São Paulo) não há povo, e por isso não há quem sirva ao<br />

estado: exceto muito poucos mulatos que usam seus ofícios,<br />

572 Capitania das <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 80.<br />

573 Desclassificados do Ouro, p.148.<br />

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