QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
de, governadores neste País, tem sido constante as repetidas
intenções que estes bandoleiros e foragidos têm de fazerem
levantes e rebeliões contra os brancos 1702 , animando por isto
os mais escravos domésticos de que por acaso fomos todos
livrados pela confidência de algum 1703 ; porém daqui por diante
se faz infalível a execução dos projetos deles, visto como
a relação que V. Majestade foi servido criar na cidade do Rio
de Janeiro executa rigorosamente as leis extravagantes de V.
Majestade que proíbem o uso de armas, sem embargo de estar
este tolerando desde a criação destas Minas e viandantes
nas estradas, aos que vivem em suas fazendas, em casa e caminhos
para elas, como também aos das vilas e arraiais em
suas casas, somente os feitores e administradores de negros
em serviços o uso das ditas armas proibidas, como o é aqui,
se acostumou pois a proibição contrária neste País 1704 só serve
de deitar a perder os mais úteis e fiéis vassalos de S. Majestade
e de dar ocasião aos rebeldes e foragidos que pelo
uso delas, nem pelos seus insultos, nunca são presos.
À real pessoa de V. Majestade fidelíssima Deus Guarde
e prospere por muitos anos. Vila Real de Sabará, em câmara,
aos 20 de novembro de 1752” 1705 .
Documento assinado pelos camaristas Faustino Pereira
da Silva, Pedro Roiz de Faria e mais quatro assinaturas pouco
legíveis.
A partir daí, ficará cada vez mais evidente que só pode
ter sido proibido mesmo fazer-se qualquer menção à guerra de
1746 que destruiu a Povoação do Ambrósio e os outros quilombos
já documentados.
1702 Como se vê, nada fala da Lei da Marca em “F” de 1741; nada fala da guerra de 1746.
1703 Está se referindo ao episódio de 1719, época do conde de Assumar.
1704 Começa aqui o Rolo 58, p. 361, do verbete nº. 5400 do IMAR/MG, Cx. 66, doc. 41 do AHU – 20 de no-
vembro de 1752.
1705 Verbete nº. 5400 do IMAR/MG, Cx. 66, doc. 41 do AHU – 20 de novembro de 1752.