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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

cisco; foi rejeitado e desprezado por ser um ex-escravo. Estudou<br />

sozinho e se transformou no mais importante intelectual<br />

da província e no maior advogado brasileiro da época, a quem<br />

muitos mestres e alunos da São Francisco passaram a tributar<br />

respeito e homenagens. Luiz Gama morreu em 1882, sem ver<br />

livres os negros por quem lutou - de verdade - nos jornais, na<br />

tribuna e na vida profissional de advogado. Porém, sobre seu<br />

cadáver muitos tagarelas da São Francisco e da Maçonaria se<br />

fizeram “grandes líderes” da abolição, de fato, já pronta e acabada.<br />

Após o 13 de maio de 1888, a literatura indianista ganhou<br />

muito mais força do que antes da abolição; já a literatura<br />

abolicionista, pode-se dizer, morreu com a promulgação da<br />

Lei Áurea.<br />

É curioso notar, no período pós-abolição, que Coelho<br />

Neto, sendo filho de português com uma índia, se preocupou<br />

com a temática do sofrimento dos negros e escreveu, por exemplo,<br />

O Rei Negro. Já Lima Barreto, filho de escrava africana<br />

com um português, apesar da grande perseguição que sofreu<br />

por ser mulato, incorporou-se mais à boêmia da intelectualidade<br />

carioca, sem se ater ao tema da escravidão ou da<br />

preservação da cultura e dos direitos dos negros.<br />

A Bodarrada de Luiz Gama<br />

Luiz Gama, sem sombra de dúvida, foi:<br />

Um abolicionista: porém, um abolicionista completo,<br />

de coração, de alma e de bolsa; bastante diferente dos demais<br />

abolicionistas que viam na abolição apenas um escopo<br />

para outros objetivos que tinham em vista naquele momento<br />

político. Para Gama, a abolição era o próprio objetivo.<br />

Um republicano: entusiasta a princípio; mas deixou<br />

o movimento e passou a criticá-lo quando descobriu que, para<br />

os republicanos, a abolição era apenas um dos meios para destruir<br />

a estrutura do Império e instaurar a República.

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