QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
surpresa na barra do córrego da Angola. Outra parte da tropa
volteou o morro de espia 2148 e matou as sentinelas.
O córrego se tingiu de Angola, que avermelhou o rio
Santana, São João e Jacuí abaixo, engasgando o Desemboque
que gorgolou sangue escumado.
A população do Quilombo Nova Angola, com 90 casas
segundo o mapa de França, seria de 540 pessoas. Almeida
Barbosa dá a seguinte notícia:
“Há ainda o auto de posse do Quilombo do Morro da
Angola; nesse foram presos 25 negros, algumas crias, quase
todos de nação Angola. Circunstância digna de registro é essa
de um quilombo com predominância da mesma nacionalidade
2149 ”.
Assim, caso não tenha havido fugas, o número de mortos
pode ter passado dos quinhentos.
Recolhidos os despojos dos mortos, Bartolomeu Bueno
mandou enterrar os poucos aquilombados brancos em valas
comuns. Aos pretos, deve ter mandado cortar-lhes as orelhas,
deixando seus cadáveres aos urubus.
Ao dia seguinte, como era da praxe, o padre João Correia
de Melo deve ter celebrado missa e tomado posse do local
para bispado de Mariana, em nome de seu bispo.
Antes de seguir com a tropa principal, Bartolomeu
Bueno do Prado pode ter despachado, para o arraial da Conceição
de São Pedro de Alcantra do Jacuí, o tenente Domingos
Rodrigues da Silva, protegido por 88 pretos libertos alinhados
em duas tropas de capitães-do-mato, com ordens de
matricular todos os descobertos e povo daquela paragem, com
2148 Com 1073 metros de altura, às coordenadas 20º50‟17.14”s e 47º03‟14.82”w, entre os topônimos Fazenda
Sta. Cecília e Fazenda Córrego dos Monjolos.
2149 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p.50, citando “(5) Documentos Interessantes – Arquivo do Estado
de São Paulo”.