QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
ra adonde se recolhiam e, se o fazem tão raras vezes é por
poucos dias, tornando logo para a companhia dos seus senhores,
ou apadrinhados ou presos pelos capitães-do-mato
(...)” 2279 .
Assim, demonstradas as diferenças intrínsecas das populações
quilombolas de 1746 e de 1758-1760, vejamos agora
as informações sobre os números da última etapa.
Cunha Matos mostra que a relação número de almas/número
de fogos (população/número de casas) das Minas
Gerais em 1834 era de 6.1, ou seja, 6.l pessoas para cada casa
2280 . Olhando vila por vila, arraial por arraial, a menor relação
que encontramos foi de 5.0 (Termos de Ouro Preto e de
Jacuí) e a maior, de 8.6 (Termo de Barbacena) 2281 .
O mapa do capitão França traz o número de casas que
havia em cada quilombo do Campo Grande I, II e Sapucaí.
Note-se que não se refere a ranchos, cafuas, tendas ou coisa
parecida; refere-se com toda a clareza a casas, aliás, “casas
barreadas e de beira alta”, como informaram as testemunhas
presenciais das batalhas de 1758-1760 no processo de justificação
que o neto de Bartolomeu Bueno impetrou em 1800.
Em seu mapa, o capitão França compôs o núcleo Ambrósio
II/Ibiá, dando como despovoados os quilombos Ambrósio
II, São Gonçalo e Ajudá e, como povoados, Mammoí,
com 150 casas; Indaá, com 200 casas e Pernaíba com 150 casas,
totalizando, os habitados, 420 casas que, a considerar a
relação seis habitantes por casa, totalizaria uma população de
2.520 habitantes. Porém, havia população evacuada do Ambrósio
II no Pernaíba, bem como no Marcela, este, não inscrito
no mapa do capitão França. Assim, é de se estimar uma população
de 3 mil pessoas neste conjunto quilombola.
O mapa de França compôs os Sertões do Jacuí com 11
núcleos quilombolas, sendo o Fala e o Pedras sem indicação
2279 Rolo 140, p. 124-b a 127-a do Verbete nº 11295 do IMAR/MG, Cx. 155, Doc. 7, AHU, 9 de dezembro
de 1800.
2280 Corografia Histórica da Província de Minas Gerais (1837), v. 2, p. 62.
2281 Corografia Histórica da Província de Minas Gerais-1837, v. 01, p. 214 a 216.