QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
matas abundantes de caça, às margens esquerda e direita do
rio Grande.
Além do mais, havia o problema de fronteiras com a
Capitania de São Paulo, especialmente na margem esquerda
do rio Grande, onde os pretos se haviam associado a paulistas
dados como facinorosos (na verdade a serviço do governo de
São Paulo), criando inúmeras povoações a princípio e se aquilombando
depois, segundo novos conceitos introduzidos em
leis novas.
Sabemos que Assumar já se preocupara com o número
crescente de pretos alforriados; chegara a proibir novas alforrias,
pois tinha medo que esta terra se tornasse um país de negros
que, forros, conseguiam comprar bens, adquirir escravos
e ascender a cargos públicos. As características próprias do
serviço de mineração e a grande miscigenação, no entanto,
continuaram a aumentar a população de pretos forros e livres.
Os pretos forros, sem dúvida, se julgaram no direito de até
mesmo serem pioneiros na conquista do sertão e fundadores
de povoações.
A ausência de adjetivação, pela palavra quilombo, para
o núcleo denominado Primeira Povoação do Ambrósio
(município de Cristais) no mapa do capitão França atesta que
esse povoado não era um quilombo e sim uma povoação; nada
mais óbvio e incontestável.
Após os covardes ataques de capitães-do-mato em
1741 e 1743, essa povoação e todos os núcleos à sua volta
passaram a ser chamados, pelos homens-bons, de Campo
Grande, Quilombo Grande, ou Quilombo do Ambrósio.
Por que uma povoação passaria a ser chamada de quilombo?
Por que a maioria dos historiadores mineiros, principalmente
João Dornas Filho, Diogo de Vasconcelos, Hildebrando
Pontes e Waldemar de Almeida Barbosa se equivocaram
tanto sobre a localização deste primeiro núcleo, como se
todas as lutas - insignificantes, segundo os mesmos - tivessem
acontecido somente na região de Ibiá/Araxá? Por que inventaram
um Chico Rei? Por que esconderam o rei Ambrósio?