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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Bueno do Prado, pelo seu vulto, impôs medo aos negros quilombolas<br />

que se aquietaram”.<br />

“Só em 1762, vamos ter notícia de um requerimento,<br />

em que o capitão-mor das entradas Antônio Ribeiro Guimarães,<br />

alegando ter dado em um quilombo, de onde trouxe sete<br />

negros, três negras e três cabeças de negros dos que resistiram,<br />

reclamava da Câmara de Vila Rica o pagamento referente<br />

às três cabeças. Apesar de as testemunhas terem jurado<br />

sobre o trabalho e os sacrifícios de Antônio Ribeiro Guimarães,<br />

apesar do parecer favorável do Senado, o referido capitão<br />

só veio receber 18 oitavas (6 por cabeça), em 1765” 2325 .<br />

Como se vê, o prêmio pelos calhambolas mortos era<br />

mesmo o mais garantido de todos. Mas por que o capitão não<br />

recebeu as tomadias pelos sete negros e três negras que entregou<br />

vivos? No regulamento dos capitães-do-mato, a Lei era<br />

claríssima e fiscalizada pelo próprio governador. Era proibida<br />

a entrega de qualquer escravo a seu senhor sem que, antes, se<br />

pagasse a tomadia do capitão-do-mato, pois que “São estipêndio<br />

do trabalho que têm nestas diligências”.<br />

A esta altura, cessada a necessidade, fica claro que as<br />

câmaras não estavam mais pagando antecipadamente a tomadia<br />

de 20 oitavas independentemente de ser o preso escravo<br />

ou forro.<br />

O suposto inconfidente Cláudio Manoel da Costa, protegido<br />

e admirador de Gomes Freire 2326 , deixou, através de ata<br />

da Câmara de Vila Rica – onde era o principal dos homensbons<br />

- o seu pensamento revolucionário sobre o direito dos<br />

negros à liberdade:<br />

Escreveram em 16 de junho de 1762 ao “muito alto e<br />

poderoso rei” de Portugal denunciando o “presente dano e futuro<br />

risco em que os moradores destas <strong>Minas</strong> estão sentindo<br />

no grande número de negros fugitivos” e sugeriram que “o<br />

2325 Negros e <strong>Quilombo</strong>s em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 66.<br />

2326 Tiradentes: A Inconfidência Diante da História, 2o. v., tomo I, p. 110 e 111.

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