QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Segundo Fritz, “vê-se pelo referido documento que o
padre Matias Antônio Salgado fez questão fechada de se instalar
em São João Del Rei. Foi até Lisboa polemizar com o
bispo Manoel da Cruz, revelando, pois, ser homem de caráter
e coragem”. Informa ainda que a fundação dessa “arquiconfraria
foi da maior utilidade dentro da vida social”, pois, destruída
em Ouro Preto pela Ordem 3 a . de São Francisco, continuou
em outras cidades, a exemplo de Sabará, o seu “notável
trabalho de arregimentação e organização social entre os
homens pardos”. O mesmo autor arremata dizendo que esta
confraria estruturada pelo guerreiro padre Matias, “cumpriu a
sua destinação social no século XVIII e o fez contra a vontade
de todas as autoridades eclesiásticas” 1845 .
Armas e Munições
Utilizadas pelos Atacantes
Logo em 1756, quando soube da denúncia, o governador
Freire de Andrade mandou entregar em São João Del Rei
quatro barris de pólvora e balas do rei e munição grossa comprada,
além de armas que havia nos armazéns reais de Vila
Rica 1846 . Nessa mesma carta de 2 de fevereiro de 1757, conclamava
a todas as comarcas a auxiliarem fornecendo ouro e
víveres (munição de boca) para a expedição.
“Mas, em janeiro de 1758, estavam ainda sendo tomadas
providências quanto ao armamento; urgia conseguir mais
armas. A Provedoria da Real Fazenda remete mais 150 espingardas,
150 baionetas e muito material para os cavalos e
bestas. Armas de todos os tipos e das origens mais diversas
são conseguidas, até por empréstimos, e remetidas para São
João. Descobre-se, por fim, que havia umas espingardas e
1845 Associações Religiosas no Ciclo do Ouro, de Fritz Teixeira de Salles, p. 91-93.
1846 APM SC 116, fls. 98 e 99.