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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

O número de prisioneiros apontados no quadro, 188, é<br />

pouco maior ou igual ao número de prisioneiros apontados em<br />

1746, que totalizaram mais de 180.<br />

Quanto ao número de mortos, veja-se o Mammoí: apenas<br />

59 prisioneiros, “grande número de mortos” e “pouco<br />

ou nenhum fugiu”. A interpretar essas premissas aritméticas,<br />

de uma população de 900 pessoas, teriam sido mortos 840<br />

quilombolas, ou sejam, 93,34% da população. Como é evidente,<br />

seria ingenuidade do pesquisador achar que, caso a caso,<br />

os assassinos iriam informar por escrito os reais números<br />

do genocídio.<br />

Por outro lado, como já comprovamos, a má historiografia<br />

– seja por falsidade, seja por erro - matou a tradição e<br />

impôs seus preconceitos e vaidosas bobagens.<br />

Francisco de Assis Carvalho Franco informa que “refere<br />

Pedro Taques que Bartolomeu Bueno do Prado fez por<br />

essa ocasião grande mortandade entre os negros, tendo morto<br />

quase dois mil deles” 2285 .<br />

O mesmo autor acreditou “haver exagero nesta referência<br />

do grande linhagista”, isto, com base numa carta de 14<br />

de outubro de 1759 que o governador José Antônio, do Tijuco,<br />

escrevera a seu irmão Gomes Freire, dando notícia apenas<br />

do ataque de 16 de setembro de 1759 ao Indaial e Marcela<br />

“onde os que se puderam contar foram de quarenta e nove; o<br />

número de presos, até agora não passa de sessenta” 2286 .<br />

O parâmetro utilizado por Francisco de Assis Carvalho<br />

Franco é subdimensionado porque os seus números se referem<br />

apenas a dois quilombos e não comprovam, pois, exagero algum<br />

por parte de Pedro Taques, tendo em vista que a matança<br />

prosseguiu, até dezembro de 1760, em mais de 16 quilombos.<br />

Ora, as batalhas da última guerra ao Campo Grande<br />

assim se sucederam: 1) dez-1758 ou jan-1759, ataque comandado<br />

por Diogo Bueno às Relíquias do <strong>Quilombo</strong> do Ambró-<br />

2285 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 312.<br />

2286 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 313 e APM SC 123, fl. 115v.<br />

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