13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

902<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

ficiais. Outros pretos forros, ou supostamente forros, ficaram<br />

de déu em déu, de vila em vila.<br />

Os pretos libertos, por mais que se rebaixassem e tentassem<br />

se adequar à sociedade branca, nada conseguiram. Os<br />

índios nada pediram e ganharam lei que lhes dava direitos de<br />

cidadania e vassalagem 2509 .<br />

“Eu, el-rei , faço saber (...) os meus vassalos deste<br />

Reino e da América que casarem com as índias delas não ficam<br />

com infâmia alguma, antes se farão dignos da minha real<br />

atenção e que nas terras em que se estabelecerem serão<br />

preferidos para aqueles lugares e ocupações que couberem<br />

na graduação das suas pessoas, e que seus filhos e descendentes<br />

serão hábeis em dignidade, sem que necessitem de dispensa<br />

alguma, em caso destas alianças em que serão também<br />

compreendidas as que se acharem feitas, antes desta minha<br />

declaração e outrossim proíbo que os ditos meus vassalos casados<br />

com índias e seus descendentes sejam tratados com os<br />

nomes de caboclos 2510 ou outros semelhantes que possam ser<br />

injuriosos (...). O mesmo se praticará a respeito das portuguesas<br />

que se casarem com índios e a seus filhos e descendentes<br />

e a todos concedo a mesma preferência para os ofícios<br />

que houver nas terras em que viverem (...)”. 2511<br />

A realidade continuou a ser a de que grande parte dos<br />

forros lutavam diuturnamente para se integraram às vilas, como<br />

comerciantes que eram. Em 13 de outubro de 1755, o preto<br />

forro José Inácio Marçal Coutinho apresentou em Lisboa,<br />

petição provavelmente datada de 23 de setembro daquele ano,<br />

comprovando que “é público e notório desde os princípios<br />

2509 A Igreja na História de São Paulo – 1745-1771, p.96, citando Jacinto Ribeiro in Cronologia Paulista, I,<br />

386.<br />

2510 Essa qualificação, no entanto, passou a ser evocada pelos pardos para, assim, se livrarem da ignomínia<br />

legal atribuída ao sangue negro.<br />

2511 Ver Negros e <strong>Quilombo</strong>s, p.92-93, citando Cód. 50, fl. 71, APM.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!