QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
dir as duas capitanias pela Guarda do Arrependido 1561 , seguindo
linha reta 1562 do norte ao sul a serra Lourenço Castanho
ao rio de São Marcos e ao Desemboque até tocar a capitania
se São Paulo” 1563 . A intenção de sofismar – no ano de
1793 - ficou evidente na afirmação de que, “dentro desta inconcussa
divisão”, permaneceram forasteiros, os quais acusa
de criminosos, fugitivos e falseadores da toponímia para criar
controvérsia sobre os limites e jurisdição 1564 , fato que teria sido
aferido por Luiz Diogo em agosto de 1764 1565 que, por sua
vez, incumbiu Pamplona da direção e do sossego dessa conquista
mineira. Assim, mais uma vez os camaristas de Tamanduá
sofismaram – em 1793 – ao conotarem diretamente a
guerra de 1746 com o direito mineiro sobre o território do
Triângulo: “O excelentíssimo Gomes Freire de Andrade não
podia fazer a divisão de outra maneira pois que suas diversas
patentes e portarias mandou desinfestar a referida picada e
mais conquistas dos negros aquilombados a custa das câmaras
da capitania como fica ponderado e sem auxilio algum de
Goiás e obrando o contrário faltaria a religião do juramento
que prestou na posse do seu prudente governo (...)” 1566 . Evidente
que Goiás não tinha que contribuir, pois, sem dúvida, os
fatos de 1746 não ocorreram no Triângulo e sim na região
compreendida entre os atuais municípios de São Tiago e Piu-
1561 Não encontramos notícia desta demarcação. A 29 de novembro de 1749, a Câmara de São Paulo reclamou
da demarcação da divisão de Minas e São Paulo, nada havendo sobre Goiás, in História da Civilização Paulis-
ta, p. 90.
1562 O mapa Divisões Administrativas de José Joaquim da Rocha – 1780, deixa evidente que a “linha” men-
cionada não é tão reta assim; ao contrário, as nascentes dos rios “goianos” foram encurtadas e os rumos detur-
pados.
1563 Carta da Câmara de Tamanduá, de 1793, à rainha Maria I, in Revista do Archivo Público Mineiro, Ano
II, 1897, p. 376-377.
1564 Essa afirmação é mero fogo de encontro e já revela a intenção dos reinóis de falsificar a toponímia, como
realmente consumariam em1814/1816 para abocanhar o Triângulo.
1565 Luiz Diogo não foi pessoalmente ao Triângulo Goiano, mesmo porque, estaria, assim, invadindo a já
Capitania de Goiás.
1566 Carta da Câmara de Tamanduá, de 1793, à rainha Maria I, in Revista do Archivo Público Mineiro, Ano
II, 1897, p. 377-378.