13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Reinóis, Mazombos, Mulatos e Carijós<br />

Os paulistas, apesar de não falarem o português 567 e de<br />

serem semi-selvagens, eram considerados brancos; e aí se incluem<br />

também os baianos e demais brasileiros. Mas não eram<br />

necessariamente mazombos, palavra e conceito que se firmaram<br />

muito mais após a descoberta do ouro, nas <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

Segundo a etnolingüista Yeda Pessoa de Castro, mazombo<br />

é palavra de origem bantu, “s.m. (arcaico) (depreciativo)<br />

indivíduo nascido na Brasil de pais europeus, principalmente<br />

portugueses” 568 . Ou seja, mazombo é o crioulo branco.<br />

Quem faz a língua é o povo, e não as elites. Mazombo,<br />

portanto, é o branco puro nascido no Brasil.<br />

Em contraposição, reinol era quem fosse do reino; portugueses<br />

recém-chegados de Portugal e que, por se constituírem,<br />

em breve tempo, na maioria populacional da nova capitania,<br />

dela se apossaram: estes sim, foram os emboabas, cujos<br />

filhos nascidos na terra – quando brancos – passaram a ser referidos,<br />

principalmente pelos negros, como mazombos.<br />

Eram, “os reinóis chamados pelos paulistas „emboabas‟<br />

por desprezo, que na sua língua 569 quer dizer galinhas<br />

calçudas, o que imitavam pelos calções que usavam de rolos”<br />

570 . Portanto, somente os reinóis eram chamados de emboabas.<br />

Augusto de Lima Júnior registrou:<br />

“Logo de início, foram numerosas as famílias brancas<br />

paulistas que se estabeleceram nas <strong>Minas</strong>, possuindo latifúndios<br />

e fundando localidades, que ainda hoje são povoados de<br />

descendentes seus, como São Caetano, São Sebastião e outros<br />

arraiais da Zona do Carmo, Rio das Mortes e Sabará, onde,<br />

567 Ver texto de anônimo, 1759, sobre a Guerra dos Emboabas, Códice Costa Matoso, v. 1, p. 247.<br />

568 Falares Africanos na Bahia, p. 281.<br />

569 Na sua língua, língua dos paulistas e não “língua dos índios” como sempre inculcou o historiador reinol.<br />

570 Outro anônimo, Mariana, 1750, in Códice Costa Matoso, v. 1, p. 206.<br />

209

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!