QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
ritas 1995 , nome que, nos quilombos, define os locais de “espia”,
geralmente um morro de localização privilegiada. Nesta
fazenda há as nascentes do córrego da Guarita que deságua no
rio Bambuí 1996 . Esse córrego da Guarita corta em diagonal um
quase-quadrado formado pelos córregos Grande, Laranjeira e
do Cascalho, fechado ao sul pelo próprio rio Bambuí.
Assim, o Quilombo do Mammoí ficaria à margem esquerda
do rio Bambuí em algum lugar do território acima delimitado,
pertencente aos atuais municípios de Tapiraí e Medeiros.
Restaria, no entanto, mais uma hipótese gerada pela 15 a .
testemunha do processo do neto de Bartolomeu, José Rodrigues
de Oliveira, que esteve presente na batalha, na referência
“quilombo do Bambuí, que este está feito Arraial” 1997 . Isto
poderia significar que o próprio quilombo virou o arraial que
deu nascedouro à atual cidade de Bambuí, o que encontra outro
indício no fato de em abril de 1760 (seis meses depois),
terem voltado os negros e tentado lançar fogo “à capela-mor
de Santana do Bambuí (...)” 1998 .
O mapa do capitão França aponta 150 casas nesse quilombo,
o que, à base de seis habitantes por casa, traduziria
uma população de 900 pessoas.
“Tanto nesse como nos outros quilombos, mandou o
comandante queimar todas as casas e destruir as roças. O interessante
é que, tanto no Quilombo do Bambuí, como no
Quilombo Grande, encontrou paióis cheios, bons depósitos de
mantimentos e magníficas roças plantadas para o ano seguinte”
1999 .
1995 Torre nos ângulos dos antigos baluartes, destinada a abrigo das sentinelas.
1996 Campos Altos, IGBE, 1:100.000, 1970, S-23-Y-D-Iv.
1997 Onde a expressão “feito Arraial” significa transformado, edificado, etc., em arraial.
1998 APM SC 50, fls. 80 e 82v.
1999 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 49 e ainda A Negação da ordem Escravista, p. 42, confirmados
por SCAPM, Cód. 110, p. 135.