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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

judicial. Como se vê, a assunto era seríssimo, pois o temor era<br />

geral.<br />

Assim, como àquela época não havia jornal, rádio ou<br />

televisão, não havia clubes nem sociedades profanas, a Igreja<br />

era tudo isto e muito mais.<br />

“Todos os crimes se cometiam, todos os abusos eram<br />

tolerados, se ocultos, desde que as oferendas à Igreja, aos<br />

santos e os donativos às irmandades, aplacassem a cólera divina.<br />

A concepção religiosa nem sempre correspondia à idéia<br />

moral. Por essas razões, a igreja era a obra mais urgente,<br />

menos talvez por piedade desinteressada, que pela premência<br />

de criar possibilidades de perdão para as faltas freqüentes,<br />

sobretudo em matéria sexual. Gente, como se sabe, de grande<br />

fortaleza de espírito, mas de lamentável fraqueza no que concernia<br />

à carne ...”.<br />

“A igreja, então, com o padre, para a missa dos domingos,<br />

para os batizados, os casamentos, com as procissões<br />

e demais atos em torno dos quais girava o principal da vida<br />

social de <strong>Minas</strong>; a igreja e o padre ainda mais imprescindíveis<br />

para uma morte tão tranqüila quanto possível, confortada<br />

pelos sacramentos, assistida pela encomendação do corpo<br />

e sepultura garantida no recinto da igreja, para ser consumido<br />

em terra sagrada e não se 'morresse como um cachorro' e<br />

se fosse atirado num 'buraco qualquer‟ como um 'herege,<br />

mouro ou judeu'. Principalmente por esta última razão foram<br />

tão numerosas as capelas construídas por confrarias, quando,<br />

nas matrizes, irmãos do Santíssimo Sacramento, julgando-se<br />

melhores que os demais cristãos, reservavam para si<br />

campas das naves, criando cemitérios paroquiais para os<br />

menos privilegiados confrades das devoções dos altares laterais”<br />

451 .<br />

Os negros mineiros, por serem em maior parte dos<br />

grupos bantos, assimilaram mesmo, sem absolutamente se utilizar<br />

do chamado “sincretismo religioso”, o cristianismo do<br />

451 Capitania de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 92.<br />

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