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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

reinóis, eram os pretos forros que sempre serviram ao poder,<br />

quer nas artes e ofícios, quer, principalmente, nos terços de<br />

pardos e pretos forros (chamados Henriques e Zuavos).<br />

Estes últimos sempre ajudaram em tudo aos reinóis, inclusive<br />

na destruição dos quilombos, incluindo o genocídio de<br />

1746. Estes mesmos sempre tiveram a esperança de serem aceitos<br />

na sociedade branca, como se brancos fossem. José Inácio<br />

Marçal Coutinho, como se vê, era um representante desses<br />

forros adesistas, totalmente agarrados ao sistema dominante<br />

e esperançosos de serem aceitos como brancos ou vassalos,<br />

graça, no entanto, só reconhecida por lei aos índios.<br />

Uma Confederação quilombola - 1756<br />

Como se viu, a preocupação maior era mesmo com os<br />

forros, ou supostos forros, sem residência fixa, que circulavam<br />

em chusmas de vila em vila, sem registro ou ocupação<br />

conhecida. Temia-se que se tornassem conexão dos escravos e<br />

forros das vilas com os quilombolas do Campo Grande.<br />

O temor a uma revolta é patente na preocupação com<br />

os pretos que portassem armas. A 21 de fevereiro de 1756, em<br />

resposta aos reclamos dos homens-bons, o governador publicou<br />

lei emanada do próprio rei:<br />

“Dom José, por graça de Deus, rei de Portugal e dos<br />

Algarves (...) faço saber aos que esta minha lei virem que<br />

sendo-me presente que no Estado do Brasil continuam os mulatos<br />

e pretos escravos a usar facas e mais armas proibidas<br />

por não ser bastante coibi-los as penas impostas pela lei de<br />

29 de março de 1719 e 25 de junho de 1749, hei por bem que<br />

em lugar da pena dos dez anos de galés imposta nas referidas<br />

leis, incorram os ditos pretos e mulatos escravos do dito Estado<br />

que as transgredirem na pena de cem açoites dados no<br />

pelourinho, repetidas por dez dias alternados o que se não

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