QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
do Prado) e Francisco Xavier do Prado. Após assinarem a
“posse” do povoado para os reinóis, não tendo ganho nenhum
cargo público, retiraram-se do local 1258 .
Os oficiais da Câmara de São José, em carta de 14 de outubro
de 1744 ao rei, relataram que “Sendo informados que no
descobrimento do Gama 1259 em distância de 40 léguas desta
Vila estavam situados bastante número de moradores e irem
entrando mais e por pessoas inteligentes sobre aquele sertão
(...) pertencente às terras desta Vila”. Disseram que o vigário
de São José desde o ano anterior lhes administrara a desobriga
e que aquela câmara havia recebido “carta assinada por alguns
mais principais e outros avisos tomássemos posse daquele
distrito, porque queriam reconhecer por juiz próprio
ordinário desta vila, em razão de lhes ficar mais fácil e acomodado
(...).
Ponderadas estas circunstâncias era de nossa obrigação
atender mais ao cômodo dos sobreditos, facilitando-lhes a
administração da justiça, que ampliar a jurisdição e vendas
desta Comarca e da Justiça da Vila e sua Comarca nos conformamos
se tomasse posse de tal distrito”. Para justificar os
gastos, disseram que o percurso padecia de muitos “incômodos
e falta de pousadas, por matos estreitos, caminhos mais
seguidos de feras, que de homens, e perigos de rios grandes,
sem pontes ou canoas e homens (...) 1260 .
Partimos com efeito em 8 de junho, experimentando
maiores incômodos que os premeditados; tomamos com as
solenidades de direito a posse (...) além do Arraial do Tamanduá;
maior confirmação dela elegemos um almotacé vintenário,
tabelião interino para aprovar algum testamento.
Deixei ordem (...) deferindo alguns requerimentos, tudo se
mostra pela segunda certidão, o bom andar ... daquelas asperezas
nos recolhemos com dezoito dias de jornada.
1258 Dicionário Histórico-Geográfico de Minas Gerais, 1971, p. 11 e 310.
1259 Ribeirão do Gama, rio Gama, rio Vermelho, sul e leste do atual município de Itapecerica.
1260 Como se vê, apesar da região ser conhecidíssima, para justificar o esbulho, procuram dizer que era um
grande ermo cheio de feras.
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