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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

senhores, eram registrados após os itens “oiro, prata, cobre,<br />

bronze e ferro”, antes dos semoventes - cavalos, burros, bois<br />

etc. - de que eram uma subespécie. Assim, seus atos não<br />

contavam para nada; suas atitudes não os levavam a nenhuma<br />

classificação; nem heróis e nem bandidos.<br />

Quanto aos pretos forros 226 , preste atenção caro leitor:<br />

estes tinham a lembrança de que os emboabas haviam utilizado<br />

os negros em suas conquistas contra os paulistas. Depois,<br />

os traíram miseravelmente, em 1725, ratificando como ignominiosa<br />

a mistura com o sangue de negro, vedando-lhes qualquer<br />

possibilidade de ascensão social; optaram pela libertação<br />

e declaração da “igualdade” do gentio da terra em 1755; no<br />

período de 1741 a 1760, massacraram todos os forros que se<br />

opuseram ao sistema tributário da capitação. Estes, como se<br />

vê, também são episódios que foram roubados da história de<br />

<strong>Minas</strong>.<br />

Quanto aos pretos escravos 227 : Poderia um cavalo ou<br />

um boi ser considerado herói ou bandido? Da mesma forma<br />

eram vistos os escravos. Sofrer castigos e até a morte, isto<br />

também se aplicava aos animais, porém, sem nenhum significado<br />

adjetivo para o condenado.<br />

Assim, nenhum negro ou pardo poderia mesmo apoiar<br />

a Inconfidência Mineira. Oíliam José, no entanto, trouxe à luz<br />

alguns pretos participantes da Inconfidência:<br />

1 - Escravo Alexandre da Silva. “Era pardo, brioso e<br />

valente. Pertencia, como escravo, ao padre Rolim, que o empregava<br />

para defesa pessoal no curso das viagens pelos difíceis<br />

e perigosos caminhos da capitania. (...). Conhecia a profissão<br />

de alfaiate (...), estatura ordinária, grosso de corpo,<br />

claro, cabelo atado (...). Sabia ler e escrever, fato que o valorizava<br />

sobremaneira como 'peça', e redigiu para seu senhor<br />

as cartas em que ele pedia ao tenente-coronel Domingos de<br />

226 Que em 1821 eram mais de 60,56% da população “livre”, número não muito diferente dos números da<br />

época da Inconfidência.<br />

227 Que representavam 47% do somatório da população (total), livre+escrava, da capitania.

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