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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

“2 de outubro de 1764 - Nesse dia se marchou para a<br />

serra do Dumbá 2057 , onde se pernoitou - 6 léguas” 2058 . Em outro<br />

mapa, as posições do Dumbá e do próximo “<strong>Quilombo</strong>”<br />

estão invertidas. Fora isto, não há indício de que o topônimo<br />

“Dumbá” indicasse – aqui – um quilombo.<br />

A partir daí, talvez confundindo as bacias dos rios Guaxupé<br />

e Muzambo com extensões da bacia do Jacuí, o mapa do<br />

capitão França pode ter esticado esta até os territórios das atuais<br />

cidades de Guaranésia, Guaxupé e Muzambinho. Os sertões<br />

do Jacuí, no entanto, segundo o mapa do roteiro de Luiz<br />

Diogo, abrangeria todo o sudoeste atual de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>,<br />

chegando até os registros de Jaguari e Camanducaia.<br />

O governador Luiz Diogo, apesar do esbulho legislado<br />

de 1748-1749, reconheceu que não puderam ser “(...) praticadas<br />

as sobreditas divisas desde o referido ano, porquanto que<br />

depois se fizeram inabitáveis alguns dos mesmos sertões, por<br />

infestados dos negros fugidos, vulgarmente chamados calhambolas,<br />

(...)”. Assim, só “(...) se alargou a Capitania das<br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> depois da expulsão, extinção dos negros aquilombados,<br />

que infestavam a maior parte dos descobertos<br />

(...)” 2059 .<br />

Desse modo, o governador justificou a sua viagem em<br />

1764 e a criação de dezenas de tropas de pardos e negros forros,<br />

argüindo que “além da utilidade do se rebater com elas<br />

os quilombos de que ainda não há pequenos vestígios e se<br />

poderiam formar em distritos tão apartados desta capital com<br />

maior facilidade a não haver neles corpos com que se embarace<br />

estabelecerem-se e chegarem ao estado de força, em que<br />

2057 Segundo o mapa do Roteiro de Luiz Diogo (1767) este Dumbá ficaria entre o São João Pequeno e as<br />

nascentes do São João Grande, espichadas a oeste. Como se vê, não usa a expressão <strong>Quilombo</strong> para se referir<br />

ao Dumbá.<br />

2058 Segundo a carta de Jacuí, IBGE, 1970, 1:50 000, o local poderia ser a serra dos Marimbondos a norte de<br />

São Pedro da União, ou ao sul desse município, entre os córregos das Pedras e do Ouro.<br />

2059 Verbete nº. 6714 do IMAR/MG, Cx. 84, Doc. 47 - 26 de novembro de 1764 – AHU.<br />

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