QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
truir os quilombos de negros fugidos e que ajudam as justiças
nas prisões dos réus” 2428 .
Assim, os homens-bons das Minas Gerais não podiam
mais abrir mão do atual Sudoeste de Minas, sob pena de não
conseguirem atingir as 100 arrobas dos quintos e, por isto, sofrerem
uma derrama de verdade.
Pelo outro lado (o de São Paulo), o Morgado de Mateus
não teria fundos para restabelecer a destruída Capitania de
São Paulo, uma vez que Gomes Freire a deixara falir, sugando-lhe,
desviando-lhe ou sonegando-lhe até as diversas rendas
e contribuições a que, mesmo como distrito, tinha direito.
Assim, uma junta reunida em outubro de 1765 no Rio de
Janeiro julgou “ser justo estabelecerem a fronteira pelas terras
ao poente do Sapucaí, que sempre pertenceram a São
Paulo. Deviam ser restituídas suas terras à capitania que era
a mais antiga, berço dos primeiros descobridores das minas
de ouro, e que estava agora tão limitada, pelo que se lhe vinha
sendo usurpado, que se fazia necessária a divisão pelo
Sapucaí. Isto, não só porque as terras eram legitimamente
suas, mas também porque estava deserta de moradores e os
que restavam eram muito pobres” 2429 . Para os moradores do
atual Sudoeste Mineiro isto também seria bom, uma vez que
só a Capitania das Minas Gerais estava obrigada à cota fixa de
100 arrobas anuais sob pena de derrama. São Paulo, Goiás e
demais capitanias, não.
O vice-rei, conde Cunha, aprovou o assento da junta.
“Ao comunicar o fato a Mendonça Furtado 2430 , o conde Cunha
defendia São Paulo, dizendo que se fosse entregar toda a
área paulista que os de Minas queriam, daquela capitania só
restariam desertos e seria „inútil a despesa que Sua Majestade
manda fazer com um capitão-general” 2431 .
2428 Revista do Archivo Público Mineiro, v. 8, p. 479.
2429 Autoridade e Conflito no Brasil Colonial: O Governo do Morgado de Mateus em São Paulo, p. 92.
2430 Irmão de Pombal.
2431 Autoridade e Conflito no Brasil Colonial: O Governo do Morgado de Mateus em São Paulo, p. 92 e 93.
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