QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Sapucaí, fronteando as ruínas do Tengo-Tengo 1283 , a poderosa
escolta destruiu, a ferro e a fogo o quilombo do Canalho
1284 . A narração (...) consta de uma carta (...) 26 de novembro
de 1760” 1285 . As atas da Guardamoria de Carrancas,
que falam do assunto, são de 2 de outubro e 13 de novembro
de 1760.
Segundo as atas da Guardamoria de Carrancas, o local
indicado como “os baixos da serra das Vertentes do rio Sapucaí”
acima citados era a paragem da Boa Vista, situada ao sul
do atual município de Campos Gerais. O local fronteado a que
se referia, sem dúvida, era a Primeira Povoação do Ambrósio
situada em Cristais e Aguanil, do outro lado do rio Grande.
Mesmo porque, desaguando o rio Sapucaí na margem esquerda
do rio Grande é absurdo geográfico entender que a “serra
das Vertentes do rio Sapucaí” estaria “fronteando as ruínas”
do Ambrósio de Ibiá.
O Quilombo do Ambrósio já existia em 1726; a expulsão
dos jesuítas ocorreria somente em 1759-1760, exatamente
quando eclodiu a última grande guerra ao Campo Grande.
Mas, a guerra em que teria morrido o rei Ambrósio se deu em
1746. O grande equívoco da maioria dos historiadores, no entanto,
está na localização do Quilombo do Ambrósio: o primeiro,
identificado no mapa do capitão França como Primeira
Povoação do Ambrósio, situava-se à margem direita do rio
Grande, na região onde, hoje, se acha a cidade de Cristais e
não no Triângulo Mineiro.
Fica então solucionada parte da equação histórica: a
primeira capital do Campo Grande se chamava “Povoação” e
não “Quilombo” do Ambrósio. Ficava na região de Formiga,
Cristais e Aguanil, e não em Ibiá/Campos Altos.
Realmente, a maioria dos historiadores mineiros não
se aperceberam do equívoco a que Hildebrando Pontes e seus
1283 A carta da Câmara de Tamanduá fala em Quilombo do Ambrósio; Carmo Gama é quem mudou para
“Tengo-Tengo”.
1284 O nome correto é Quilombo do Cascalho.
1285 História de Uberaba e etc., p. 47.