13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

amante, contestando as leis, pois achava que as pedras pertenciam<br />

a Deus e a quem as achasse, e não ao rei. Os negros fugidos<br />

tiveram nessa atividade uma garantia de sobrevivência,<br />

pois os contrabandistas pagavam muito bem pelas pedras que<br />

se lhes oferecessem e passaram a dar proteção e ajuda aos garimpeiros<br />

e negros fugidos, isto, é claro, para garantir-lhes a<br />

extração de mais e mais pedras 248 .<br />

1735: a 26 de março, toma posse Gomes Freire de Andrade,<br />

com alçada em toda a Repartição Sul, como se a restabelecesse<br />

de fato e de direito, sendo apenas representado, na<br />

maioria das vezes, nas <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>. Desde 1733, Gomes<br />

Freire já era governador e capitão-general do Rio de Janeiro<br />

249 .<br />

Foi nesse governo que se estendeu o sistema tributário<br />

da capitação (por cabeça) para toda a capitania, incidindo sobre<br />

todo tipo de mineração, sobre todo tipo de trabalho produtivo.<br />

Cada senhor (fosse branco, pardo ou negro forros ou livres<br />

possuidores de escravos), pagaria o “quinto” pelo número<br />

de escravos que possuísse, empregasse-os ou não nas lavras.<br />

Já entre os brancos pobres, negros e pardos forros ou livres<br />

que trabalhassem com as próprias mãos, até as pretas tinham<br />

que pagar: prostituíam-se para conseguir os quintos de el-rei!<br />

Não é mera coincidência o enorme número de quilombos<br />

que surgem exatamente nesse período. Grande parte desses<br />

quilombos, como está comprovado neste livro, eram apenas<br />

vilarejos longínquos fundados por negros e pardos forros<br />

que queriam se ver livres, também, da capitação.<br />

Este sistema funcionou até 1751, aplicando-se tanto<br />

para as lavras de ouro como para as de diamante. Os diamantes,<br />

porém, “eram do rei” e só os contratadores os podiam explorar.<br />

248 O Negro e o Garimpo em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 18-19, citando Joaquim Felício dos Santos in “Memórias do<br />

Distrito Diamantino”.<br />

249 Instrução para o Governo da Capitania de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> de J.J.Teixeira Coelho-1780 in Revista do Archi-<br />

vo Público Mineiro, jun-jul-1903, v. 8, Fasc. I e II, p.473-475.<br />

93

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!