QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
“E! mia pai!
ererê! mia mãe.
O Tijuco combaro quilombô maiauê!
E lê lê, mia pai, ê”.
“(No quilombo, o negro evoca a lembrança de pai e
mãe, que estavam no arraial do Tijuco)” 2276 .
E ainda:
“Muriquinho piquinino...
muriquinho piquinino,
ô parente,
de quissamba na cacunda...
Prugunta adonde vai,
Prugunta adonde vai,
ô parente!
Pru Quilombo do Dumbá! 2277
Ei, chora gongo, chora,
ê devera,
chora gongo chora!
Ei, chora gongo, chora,
ê cambada,
chora gongo, chora!
“(O moleque, de trouxa às costas, vai fugindo para o
quilombo do Dumbá. Os outros que ficam choram não poder
ir também)” 2278 .
A testemunha presencial “Francisco da Silva, homem
branco, (...) de idade de setenta e cinco anos” confirmou em
1800 no processo do neto de Bartolomeu Bueno “que sabe em
razão de ser verálvel e contatando a todos os povos desta capitania,
que é certo que a conquista e destruição daqueles
quilombos foi tão útil não só ao real erário, como aos povos,
pois desde aqueles tempos não fogem mais os escravos, como
então faziam, por lhes faltar o abrigo daqueles quilombos pa-
2276 O Negro e o Garimpo em Minas Gerais, p. 86.
2277 Este Quilombo do Dumbá ficava próximo de Diamantina e não nos Sertões do Jacuí, desconhecidos dos
negros de São João da Chapada.
2278 O Negro e o Garimpo em Minas Gerais, p. 93 e 115.
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