QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Como se sabe, folhetinistas disfarçados de historiadores
criaram muita ficção envolvendo os índios da Aldeia do Rio
das Velhas com o Quilombo do Ambrósio, o que nunca se
provou. Assim, vejamos a seguir o que se comprova documentalmente,
sem prejuízo de que a História do Pai-Pirá e sua
Aldeia de Santana do Rio das Velhas estão a merecer grandes
estudos.
Vimos que entre 1748 e 1750, o Triângulo Goiano – hoje,
Mineiro - ficou congestionado de índios do Pai-Pirá, num
ir e vir entre o rio Moji e a Vila Bela 1790 .
Em 15 de agosto de 1750, Pires de Campos e seus bororos
foram mandados para desinfestar o “Sertão do rio Grande,
do Caminho do Cuiabá”, o que fizeram com sucesso, trazendo
“cento e cinqüenta gentios entre mulheres e machos e fêmeas”,
os quais distribuiu pelo Arraial do Rio Claro e outros.
Nesta batalha, no entanto, o Pai-Pirá fora “flechado pelo dito
gentio”, não dando ao ferimento a devida importância 1791 .
Na verdade, Pires de Campos, agindo fora de seu método
violento, a mando do governador de Goiás, fora oferecer presentes
a caciques que, segundo o governo de Goiás, haviam
pedido para serem aldeados. Pires de Campos caiu numa armadilha,
pois um tal João Leme, sertanista do Cuiabá, havia
maltratado e matado muitos desses índios. Assim, Pires de
Campos acabou flechado. Ao chegar na recém criada Aldeia
do Rio Claro, deve ter tido a notícia de que os Caiapós haviam
exterminado os índios Araxás que, aldeados por jesuítas a
mando do governo goiano, estavam à sua espera.
Depois, disto, estando, Pires de Campos, no “Arraial das
Minas da Meia Ponte”, quando chegou a escolta de dragões
transportando os quintos via Paracatu para Sabará, ante a notícia
de que “se achava uma escolta de ladrões com quarenta
armas de fogo, esperando a esquadra que os conduzia, para
roubarem e matarem a dita guarda”, Pires de Campos e seus
1790 Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil, p. 103-104.
1791 Verbete nº. 3113 do IMAR-SP, Rolo 41, Cx. 37, do AHU.