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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Na primeira edição já lembrávamos de que antes de<br />

1761, alguma “coisa importante” teria ocorrido, pois muitos<br />

documentos, inclusive as atas da câmara (de Pitangui) entre<br />

1752 e 1763, desapareceram. Acredito que isto tem relação<br />

com crimes que se praticaram contra os quilombos do Campo<br />

Grande. Em que pese, também, ter havido a sucessão no trono<br />

de Portugal em 1750 e, em 1763, a morte de Gomes Freire<br />

com a mudança da capital da Colônia, de Salvador para o Rio<br />

de Janeiro. Sem se falar das acusações que já surgiam de terem,<br />

Gomes Freire e seu irmão, desfalcado os cofres reais.<br />

Os indícios de que, realmente, ocorreu mais uma mortandade<br />

no Campo Grande são lógicos e fidedignos, sendo, a<br />

evidente supressão de documentos da época, mais um indício<br />

a confirmar nossa interpretação.<br />

Ainda sobre o tema mortandade no Campo Grande,<br />

tenha-se em conta que as orelhas que Bartolomeu teria cortado<br />

aos negros não significariam somente um requinte de maldade<br />

pura e simples por parte do bandeirante paulista. Além<br />

do fato de um preto forro só render tomadia ao capitão-domato<br />

se entregue morto, há muitos outros a considerar.<br />

Todos os negros capturados no quilombo, ao darem<br />

entrada nas cadeias - de várias vilas e não só na de São João -<br />

devem ter recebido uma marca “F” com ferro em brasa, ou<br />

então, caso já tivessem a marca, devem ter perdido uma das<br />

orelhas, tudo isto, conforme lei de 1741, “sem processo algum<br />

e só pela notoriedade do fato”. Mesmo de gente branca se<br />

cortavam as orelhas e, às vezes, mais que isto.<br />

Há uma notícia de 11 de julho de 1760, onde o governador<br />

José Antônio de Andrade, informado pelo juiz-de-fora<br />

de Mariana, Dr. José Antônio Pinto, acerca de dois moços<br />

brancos presos junto com quilombolas pretos pelos capitãesdo-mato,<br />

aos quais “eles cortaram a orelha”, determina que<br />

sejam processados pelo ouvidor daquela comarca e, ao final,

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