QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
bispo de Mariana rasga elogios e rapa-pés para o revoltoso vigário
da Manga. No entanto, na seqüência, escreve outras onde,
ao contrário, vê em Santiago um intruso, a exemplo das
informações que dá ao rei nos autos da representação que José
Rodrigues Fróes fizera contra o vigário revoltoso 1690 .
O cônego Raymundo Trindade 1691 , do Bispado de Mariana,
registrou também o seguinte:
“NOVAS QUESTÕES – O padre dr. Marcos Freire de
Carvalho, que insidiosamente se insinuara no ânimo de dom
frei Manoel (bispo de Minas) e obtivera de sua bondade provisões
para funcionar naquela zona, ele, menos sacerdote que
traficante, quis mais tarde exercer o ministério em Abelhas
1692 , filial de Tamanduá; não o pôde, porém, porque eram
findas suas faculdades e ele estava bem certo de que elas se
não lhe renovariam em Mariana. Partiu então para Goiás, a
oferecer o distrito às autoridades da prelazia; mas ali não estava
a cúria funcionando. Foi mais afortunado em São Paulo.
Dom Antônio da Madre de Deus Galvão 1693 aceitou seus oferecimentos,
constituindo-o vigário do Desemboque com jurisdição
em todo o sul do Sapucaí” 1694 .
Realmente, lavrou-se em São Paulo ata da posse solene
tomada em 24 de setembro de 1761, visto que dom Antônio
(bispo de São Paulo) ordenara “que o padre Marcos Freire de
Carvalho tomasse posse no Desemboque das descobertas de
ouro e prata em nome da diocese”, tendo, o padre, preparado
“um altar provisório com grande cruz” para pregar o evange-
1690 Instituições do Bispado de Mariana, p. 339/341.
1691 Autor manifestamente parcial, chegando ao ponto de sofismar e distorcer fatos documentados, em favor
do bispo de Mariana, dom frei Manoel da Cruz, tentando acoitar e dissimular o seu engajamento no esbulho
reinol ao Sudoeste e Triangulo, hoje mineiros, e o próprio esbulho, hoje, irrefutável.
1692 Veja-se que a Povoação das Abelhas NÃO era o Desemboque, nome pelo qual, posteriormente, passou a
ser chamado.
1693 O nome correto é GalRão.
1694 Archidiocese de Mariana – Subsídios para a sua história, 1928, I v., p. 112.
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