13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

196<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

gislação abrangia inclusive serviços longínquos, até mesmo<br />

em Paracatu e em Goiás.<br />

A rede contrabandista se fundava em Londres e Amsterdã,<br />

passando por Lisboa, corrompendo a estrutura governamental<br />

lusitana, instalando-se no Rio de Janeiro e Salvador<br />

com prepostos em Vila Rica e no Tijuco.<br />

Garimpeiros e quilombolas passaram a ter no contrabando<br />

de diamante um suporte jamais visto e puderam prosperar<br />

até com certo beneplácito e conivência das autoridades.<br />

Joaquim Felício dos Santos, o historiador do Tijuco,<br />

revelou à história uma heróica figura que se define a partir de<br />

“garimpo que era a mineração furtiva, clandestina, do diamante,<br />

e garimpeiro o que a exercia” 524 .<br />

“Garimpeiro tornava-se muitas vezes aquele que, obrigado<br />

a expatriar-se ou a passar uma vida de misérias,<br />

porque com a proibição da mineração se lhe tirava o único<br />

meio de subsistência, ia exercer uma indústria, a mineração<br />

clandestina... era, finalmente, o audaz, intrépido e ambicioso<br />

aventureiro, que ia buscar a fortuna nessa vida cheia de riscos,<br />

perigos e emoções” 525 .<br />

Depois de alertar para que não se confunda o garimpeiro<br />

com o bandido, pois “de centenas de processos que temos<br />

presentes, não encontramos um só em que eles tenham<br />

sido acusados de um rapto, de um roubo, ou de qualquer outro<br />

atentado criminoso: pelo contrário nesta narração, a seu<br />

tempo, teremos de registrar fatos de generosidade, dedicação<br />

e verdadeiro heroísmo praticados por eles”, Joaquim Felício<br />

dos Santos alerta ainda para que “não confundamos o garimpeiro<br />

com o negro fugido: este, quando encontrava alguma<br />

rês no campo matava para não morrer de fome; quando se<br />

oferecia ocasião garimpava e faiscava ouro; mas o seu crime<br />

524 Memórias do Distrito Diamantino, p. 79.<br />

525 O Negro e o Garimpo em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 18 e 19.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!