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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

tando em sua população pura, estão escondidos dentro das células,<br />

dentro das veias do miscigenado povo brasileiro. Se não<br />

os enxergamos é porque procuramos dentro de nós os índios<br />

do José de Alencar ao invés de procurarmos o verdadeiro índio<br />

brasileiro que há em cada um de nós. Não há “eles” e<br />

“nós”: eles somos nós, nós somos eles.<br />

Da mesma forma, nas <strong>Minas</strong>, num percentual muito<br />

maior - verdade maquiavelicamente escamoteada - há nas veias<br />

e células do povo brasileiro, incontestavelmente, o sangue<br />

do negro africano, queiramos ou não. Em caso de dúvida, veja<br />

as estatísticas, veja Luiz Gama, não há “eles” e “nós”: eles<br />

somos nós; nós somos eles.<br />

No caso das <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, o cruzamento com a “raça”<br />

tupi-guarani se fez, muito mais, através do paulista já mameluco;<br />

o cruzamento com os poucos índios mineiros (que não<br />

são nem tupis, nem guaranis) também é real e verdadeiro. Porém,<br />

nem num caso nem no outro o percentual de miscigenação<br />

indígena supera, no povo mineiro, o altíssimo percentual<br />

de sangue negro.<br />

Os Imigrantistas Paulistas<br />

Durante todo o ano de l869, a Assembléia Legislativa<br />

da Província de São Paulo esteve discutindo acerca de qual<br />

etnia seria a mais adequada a ser escolhida para vir “injetar<br />

sangue novo ao nosso sangue lavado”.<br />

Uns queriam os alemães, outros, os americanos racistas<br />

do Sul dos Estados Unidos (derrotados em recente guerra).<br />

Outros aceitavam qualquer etnia, desde que não fossem africanos<br />

ou chineses.<br />

Todas as etnias, excetuando-se as supracitadas e a brasileira,<br />

eram elogiadas em discursos e mais discursos. O povo<br />

brasileiro foi xingado até mesmo de não-viril, por um deputado<br />

racista, chamado Aguiar Witaker:

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