QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
“Eu quisera ver, sr. presidente, o sibilo agudo da locomotiva,
acordando o caboclo (mestiço de branco com índio)
madraço (mandrião, vagabundo) para que não conceba a
possibilidade de dormir no meio desta civilização que constitui
a partilha da personalidade humana!” (muito bem)
“Eu quisera, sr. Presidente, que não se derrubassem
essas florestas gigantescas para em seu lugar se arrastar uma
raça raquítica e afeminada, mas sim para aí erguer-se um
povo vigoroso de organismo, e forte de energia” 2586 .
Inicialmente, a preocupação aparente era somente com
os escravos prestes a serem libertados. A Assembléia Provincial
paulista não queria saber da entrada de mais pretos na
província. Legislou no sentido de sobretaxar violentamente a
entrada de novos escravos vindos, principalmente, da Bahia.
Uma vez restringida tributariamente a entrada de mais
escravos, a preocupação se ampliou revelando a verdadeira
intenção dos imigrantistas: na verdade não queriam que permanecessem
na província nem mesmo os miscigenados livres;
as elites queriam era trocar, substituir o nacional pelo estrangeiro.
O deputado Paula Souza apresentou projeto que mandava
abrir núcleos agrícolas para meninos desvalidos, com o
objetivo de mandar para a lavoura todos os artífices urbanos
de modo a que, sendo inferiores, não fizessem concorrência
aos artífices estrangeiros que estavam para chegar. Todo o
poviléu deveria desocupar as cidades para dar lugar aos superiores
estrangeiros que estavam para chegar.
A Lei nº. 28, de 9 de março de 1884, propunha que estrangeiros
tivessem a sua vinda para o Brasil completamente
subsidiada: passagem grátis, estada de oito dias em boas pensões,
trabalho por parceria ou meação, lotes de terras gratuitos
e empréstimos subsidiados. Para os brasileiros: nada!
O deputado João Bueno tentou emendar a lei, propondo
os mesmos benefícios, exceto as passagens, para os brasileiros:
foi vaiado pelos colegas!
2586 Onda Negra, Medo Branco, p. l46.
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