QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
O prof. Antônio Grilo, ignorando as indicações acima
e entendendo que o roteiro de Bartolomeu Bueno do Prado
tivesse sido o mesmo da posterior expedição de Luiz Diogo
Lobo, concluiu que “o de Santa Anna, junto ao rio do mesmo
nome (é o que tem o rego d‟água), local hoje conhecido como
“morro do ferro”, onde ainda existe um cemitério “abandonado”,
cujos muros são tipicamente do século XVIII, e, próximo
dele, uma capela cujo frontão bastante modificado ainda
exibe as iniciais S+A”, de Santa Ana 2067 . Ao sul da fazenda
Morro do Ferro há uma “capela de Santo Antônio”, orago que
também justificaria as iniciais “S+A” 2068 .
Visitei os locais acima juntamente com Antonio Grilo
e, levado a erro pela posição do córrego Mumbuca no mapa
de 1767 do Roteiro de Luiz Diogo, cheguei a crer verossimilhante
esta interpretação, cuja característica principal – acabei
por ver a tempo – nada mais era do que um preconceito obscurantista
contra o mapa do capitão França, documento entrelaçado
e confirmado por muitos outros.
Visitei Ibiraci-MG a 9 e 10 de junho de 2007, quando
o pesquisador Antonio Limonti Júnior, por entender mais correta
a tese de nossa primeira edição, nos enfatizou vários documentos
onde se destaca o local da posse eclesiástica do Desemboque
(Ibiraci), tomada pelo pe. dr. Marcos Freire de
Carvalho em 24 de setembro de 1761: “... nas margens dele
(rio Grande) da parte do poente, fronteira ao sol, que nasce
das Gerais, junto da picada, que fizeram as companhias militares,
que vieram conquistar os negros do dito Sertão (do rio
Grande) e do Campo Grande” 2069 .
Realmente, o roteiro da tropa de Bartolomeu Bueno
(mapa do capitão França) não pode ser confundido com o roteiro
da expedição do governador Luiz Diogo Lobo da Silva.
As tropas de Bartolomeu, como é confirmado no documento
2067 In Os Sertões do Jacuhy”, p. 25.
2068 Carta topográfica IBGE, 1970, 1:50.000 de São Sebastião do Paraíso.
2069Documentos Interessantes – SP, p. 66.