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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Finalmente, em 1760 é destruído o último dos quilombos<br />

conhecidos do Campo Grande, o <strong>Quilombo</strong> do Cascalho<br />

2486 , localizado, sob duas hipóteses, entre os atuais municípios<br />

de Alterosa, Nova Resende, Barranco Alto e Carmo do<br />

Rio Claro. Aí, então, fica evidente a intenção também econômica<br />

de Gomes Freire e seus oficiais que, só em ganhos relativos<br />

a tomadias, teriam obtido mais de 700 quilos de ouro.<br />

Como demonstramos, a geografia foi confundida, os<br />

fatos foram distorcidos, as datas, misturadas, os heróis - a exemplo<br />

do rei Ambrósio, Pedro Angola, Paulo Crioulo, Cascalho,<br />

Bateeiro, Beixudo, entre outros - foram lançados ao esquecimento.<br />

Para preservar a confusão e garantir esse esquecimento<br />

sobre os heróis do povo, alguns escritores reinóis inventaram<br />

ou criaram personagens não comprovados como<br />

Chico rei, ou adulterados como Chica da Silva, sobre os quais<br />

ainda teceremos maiores comentários.<br />

A guerra de l759-60 foi infinitamente mais violenta e<br />

criminosa que a de 1746; o <strong>Quilombo</strong> do Campo Grande pode<br />

ter chegado a contar com uma população de mais de 15 mil<br />

habitantes; seus núcleos quilombolas eram confederados e,<br />

portanto, organizados; viviam em paz em casas barreadas e de<br />

beira alta, com forjas de ferreiro, casas de curtume e de teares,<br />

tinham uma agricultura muito forte, com hortas e roças variadas<br />

a perder de vista, que entupiam os seus paióis comunitários.<br />

Os vestígios da cultura, desenvolvimento e sistema de<br />

vida dos vilarejos quilombolas, bem como dos próprios pretos<br />

forros urbanos do século XVIII, documentados neste livro,<br />

desmascaram e ridicularizam a idiotização acadêmica que a<br />

maioria dos historiadores e sociólogos de nossas universidades<br />

2487 tenta inculcar à cultura negra mineira.<br />

2486 A que a carta de 1793 da Câmara de Tamanduá chamou “Canalho”.<br />

2487 Veja exemplo desta idiotização no 2º § da p. 377 do livro A Hidra dos Pântanos, publicado pela Editora<br />

UNESP em 2005.

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