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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

O excesso de oferta diminui a procura e faz cair o preço:<br />

é a lei do mercado, mesmo que o produto seja o serviço de<br />

capitães-do-mato. A Câmara de Vila Rica, em 15 de março de<br />

1763, agora sem assinatura de Cláudio Manoel da Costa, reclamou<br />

do fato de haver “um regimento para os capitães de<br />

mato que lhes concede, de cada negro que apanharem em<br />

quilombo, vinte oitavas e em tudo o mais de suas diligências<br />

tem este mesmo excessivo salário”.<br />

Alegou a decadência das lavras e que isto não podia mais<br />

ser suportado, pedindo que o rei mandasse “que o dito regimento<br />

dos capitães-do-mato fique cortado ao meio e que, em<br />

alguns casos não dispostos neles, o juiz ordinário ou corregedor<br />

seja arbitrário neles, pois de o não cortar (...) se segue<br />

grave prejuízo aos senhores dos escravos, de quererem, antes,<br />

perder tais escravos do que pagarem tomadias de capitães-do-mato<br />

e mais despesas da cadeia”. Qualificando-se de<br />

“miseráveis mineiros”, pediram ao rei que lhes concedesse essa<br />

alteração legislativa 2332 .<br />

Além do controle pretendido pelos homens-bons sobre o<br />

número de pretos forros, preocuparam-se em diminuir o próprio<br />

número de alforrias, cercando até mesmo as suas mais<br />

sutis possibilidades a médio e a longo prazos.<br />

A cidade de Mariana se apercebeu de que sua própria<br />

câmara se transformara numa creche, verdadeira fábrica de<br />

pretos forros. Em 16 de março de 1763, pediu ajuda legislativa<br />

ao rei:<br />

“Tem crescido a tanto o número de enjeitados que fazem<br />

de despesa todos os anos aos bens do concelho sete mil e tantos<br />

cruzados e de cada vez vão com aumento por se enjeitarem<br />

mulatos e negros”. Isto porque “as meretrizes mulatas e<br />

negras vagabundas os expõem” para que a câmara os adote,<br />

sendo que as “cativas encobrindo suas barrigas e mandando<br />

expor só a fim de serem forros”, enganando seus senhores<br />

2332 Verbete nº. 6644 do IMAR/MG, Cx. 81, Doc. 13, AHU.<br />

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