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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

O repórter Hermes Leal, em seu livro <strong>Quilombo</strong> - Uma<br />

aventura no Vão das Almas 1222 , dá um painel das comunidades<br />

quilombolas de um quilombo chamado Calunga 1223 , situado<br />

a nordeste do Estado de Goiás. Informa que seriam remanescentes<br />

de escravos fugidos das <strong>Minas</strong> de Goiás e da Bahia.<br />

Sobre contatos com as origens africanas, é interessante o registro<br />

da informação dada por uma líder quilombola: “Tinha<br />

os mais véios que diziam que viajaram de barco durante dias.<br />

Só ouvi falar dessa viagem”. Tudo isto soma mais a hipótese<br />

de que poderiam ter saído de Nepomuceno-MG e do Triângulo<br />

e não apenas da Bahia ou de Goiás 1224 .<br />

A palavra “calunga”, segundo registrou Aires da Mata<br />

Machado Filho, primitivamente significa, nas línguas banto, o<br />

mar; em Angola tem várias significados, geralmente ligados<br />

ao sentido de morte. Entendemos que, como decorrência do<br />

significado de oceano, passou a traduzir o incomensurável, o<br />

desconhecido, a exemplo de “N'zambi é calunga” (Deus é incomensurável).<br />

Hipótese B) O <strong>Quilombo</strong> Despovoado seria o <strong>Quilombo</strong><br />

do Cascalho I<br />

Vale registrar as valiosíssimas conclusões do pesquisador<br />

Paulo da Costa Campos, o estudioso da História e da Genealogia<br />

de Três Pontas. Entendemos mais verossímil que a<br />

nossa, a hipótese do brilhante colega.<br />

1222 Mercuryo-1995.<br />

1223 Revista da empresa Kalunga publicou, em maio-95, pesquisas de Gastão Batinga, informando sobre a<br />

existência atual de várias comunidades negras que falam uma língua que dizem chamar-se “calunga”, sendo<br />

algumas delas no Triângulo Mineiro (Estrela do Sul, Monte Carmelo, Abadia dos Dourados, Iraí de <strong>Minas</strong>,<br />

Indianópolis, Nova Ponte, Grupiara, Douradina, Coromandel, Cascalho Rico, serra do Salitre, Patrocínio e<br />

Araguari) e outra em Goiás, às margens do rio Paranã, entre Teresina e Monte Alegre.<br />

1224 Folha de S. Paulo de 27 de agosto de 95, fala da mesma comunidade goiana, sob o título “300 anos Zum-<br />

bi”, noticiando a coroação de seu rei (por um dia) em 15 de agosto de 95 (Igualzinha à Festa de Nossa Senhora<br />

do Rosário), bem como de que estão no local há cerca de 250 anos. Realmente, pelos nossos cálculos, o Qui-<br />

lombo do Calunga poderia ser o mesmo mineiro que, atacado entre 1743 a 1746, teria se mudado de Nepomu-<br />

ceno.

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