QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
fundas. Assim que decodificamos os dizeres do processo de
justificação de Paiva Bueno 2175 , em 2003, a Secretaria de Cultura
de Muzambinho foi o primeiro destinatário a quem remetemos
o texto, antes de divulgá-lo no site Quilombo Minas
Gerais 2176 .
Quanto a ter sido, Bartolomeu Bueno do Prado, descobridor
do ouro ou edificador do Arraial do Cabo Verde,
somente o colega Adilson de Carvalho, historiador desta região,
poderia confirmar ou negar. Acreditamos na negativa, pois
a força e o medo não permanecem na lembrança de ninguém.
Ali, todos se lembram até hoje apenas do abnegado herói, Veríssimo
João de Carvalho.
Fatos que Antecederam o Ataque ao Cascalho
Após todas as batalhas dos Sertões do Jacuí é que, a 5
de dezembro de 1759, o governador dá notícia de Pedro Angola,
provavelmente líder de um ou de todos esses quilombos,
o tal que, segundo alertou o capitão França, em se soltando,
não ficará negro algum nesta capitania que ele não torne a
conduzir para os quilombos do Campo Grande 2177 .
Em 28 de abril de 1760, há a “notícia de que certa
quantia de negros calhambolas intentaram a lançar fogo à
capela-mor de Santana do Bambuí, como também (...) o forte
da serra da Marcela e não efetuaram outras temeridades por
não conceberem (...) conhecimento total do pequeno número
de gente que lá habitava naquele (...)” 2178 .
Em 26 de junho de 1760, tendo em vista episódios nos
arraiais de Antônio Ferreira de Camargos, Inficcionado e Catas
Altas, onde calhambolas teriam atacado, acometendo “mulheres
brancas, casadas e donzelas, carregando-as insolen-
2175 Verbete nº 11295 do IMAR-MG, Cx. 155, Doc. 7, AHU, 09.12.1800.
2176 http://www.mgquilombo.com.br/download/massacrecamp.doc
2177 A Negação da ordem Escravista, p. 58, citando SCAPM, Cód. 123, p. 127.
2178 APM SC 50, fls. 80 e 82v.
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