QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Porém, Gomes Freire e seus asseclas deixaram plantada
a armadilha da derrama. Assim, os homens-bons das Minas
não tinham escolha: ou apoiavam o novo governador Luiz
Diogo e assumiam o esbulho do atual Sudoeste Mineiro – riquíssimo
em ouro - ou sofreriam, agora de verdade, uma derrama
2390 . Vejamos o que foi de fato fazer o governador nos
Sertões do Jacuí:
“Bando lançado no Arraial de São Pedro de Alcantra,
Almas do Jacuí.
Luiz Diogo Lobo da Silva (...) governador (...) das Minas
Gerais, faço saber aos que este meu bando virem ou dele noticia
tiverem que, reconhecendo compreendidas dentro da
demarcação deste governo das Minas Gerais as terras que
formam os novos descobertos dos rios de São João do Jacuí,
São Pedro de Alcantra, e Almas, ribeirão de Santa Ana até a
serra que termina no rio Grande e no sítio chamado Desemboque
2391 e todos os mais distritos que fazem divisão desta
capitania 2392 , na conformidade da real ordem de que faz menção
a carta do Ilmo. e Exmo. conde de Bobadela de 27 de
maio de 1749, cometendo ao desembargador Tomaz Robim
de Barros Barreto a dita divisão (...) e que tendo-se assim
praticado pelo dito ministro (...) sem contradição alguma, ficou
para sempre firme e valiosa não se podendo alterar antes
de nova ordem de S. Majestade; praticadas as sobreditas divisões
desde o referido ano, perto que depois se fizessem inabitáveis
alguns dos mesmos sertões por infestados dos negros
fugidos, vulgarmente chamados calhambolas, cuja expugnação
totalmente se deveu à indústria dos governadores desta
capitania à expensa das quatro câmaras das suas respectivas
2390 Conclusão do autor corroborada pela carta que o conde Cunha manda a el-rei em 31 de outubro de 1765.
In Limites entre S. Paulo e Minas, p. 66.
2391 Esse Desemboque não é o de Sacramento. Localizava-se à margem direita da barra do rio Jacuí no rio
Grande.
2392 Esta região fora validamente empossada por Pedro Franco Quaresma em 7 de outubro de 1755; aliás,
essa “nova posse” tomada por Luiz Diogo é evidência cabal de que, aquela também violenta tomada por Tomás
Rubim fora mesmo nula de pleno direito.
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