QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
informa que está enviando um soldado para levá-los para Vila
Rica 2295 .
Outra notícia, onde o mesmo governador José Antônio
escrevendo ao capitão França em de 31 de agosto de 1760,
sobre as providências que deverá tomar quanto aos negros que
vier a prender no Quilombo Fo Cascalho que está para atacar,
em observação separada registrou: “OS – Parece muito bem
que se vossa mercê por boas tentativas achar que estão
culpados Antônio Pacheco, e Antônio Leite e os darem algum
favor, e ajuda os calhanbolas que os faça prender, remeter a
cadeia com segurança e dando-me de tudo parte” 2296 . Esta
observação pode se referir aos mesmos dois brancos, ou a outros,
que também “estão culpados”, ou seja, que estariam com
as culpas formadas em processo regular, prontos para serem
julgados 2297 .
O corte das orelhas aos calhambolas mortos pode estar
ligado a alguma cláusula do provável contrato que - a exemplo
de Domingos Jorge Velho no Palmares - Bartolomeu Bueno
do Prado deve ter firmado com o governador. Hoje, sabemos
que, entre outros ganhos, além do cargo de capitãomor
auxiliar do Jacuí, Bartolomeu Bueno ganhou duas sesmarias,
exatamente na região da Primeira Povoação do Ambrósio
que repassou (vendeu) a terceiros.
A regulamentação de 1746, feita para incentivar os capitães-do-mato
a atacarem quilombos de brancos pobres e
pretos forros, ainda estava em pleno vigor: “Que da mesma
sorte se observe o estilo praticado nas Minas de se dar aos
capitães-do-mato 6 oitavas de ouro por cabeça de negro que
apresentarem morto por se residirem nos quilombos” 2298 .
2295 In APM SC 130 fl. 3.
2296 In APM SC 130 fl. 29v.
2297 Acusados de “prestar socorro e aviso aos negros calhambolas” e, havendo “testemunhas que jurem o
referido se devem prender para serem punidos” – APM SC 130, fls. 33v/34 de 07.09.1760.
2298 Verbete nº. 3174 do IMAR/MG, Cx. 40 – Doc. 27 do AHU.
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