13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

156<br />

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

aldeia, sinônimo de libata ou lubata 423 . Com o nome de povoação<br />

ou vila, a palavra quilombo é encontrada várias vezes na<br />

toponímia da atual Angola. Em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, no entanto, esse<br />

nome se repete mais apenas na microtoponimia 424 .<br />

Havia, em Angola, um outro tipo de milícia: os Empacaceiros<br />

(sic) ou Guerra Preta. “Os sobas 425 vassalos e aliados<br />

devem fornecer para a guerra certo contingente de soldados<br />

que, debaixo das suas ordens, de alguns Macotas 426 e<br />

Tendalas e dos oficiais de milícias e ordenanças dos presídios,<br />

se unem às tropas de linha armados de lanças ou azagaias,<br />

espingardas e flechas. O Governo pode levantar 20 a<br />

24.000 empacaceiros em os dois Reinos” 427 .<br />

Aqui, no Brasil, os empacaceiros, salvo melhor interpretação,<br />

poderiam ser comparados com as milícias paulistas,<br />

compostas de índios que eles escravizavam pela força ou que<br />

conquistavam como tributos pagos pelos chefes das tribos<br />

subjugadas.<br />

Realmente, sempre foi público e notório que os melhores<br />

capitães-do-mato eram os índios. No entanto, a região das<br />

<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> tinha poucos índios. Aliás, os reinóis-emboabas<br />

não tinham a menor habilidade para lidar com índios. Sabe-se<br />

que venceram os paulistas usando seus soldados negros.<br />

Os negros e os seus régulos passaram a ficar cada vez<br />

mais atrevidos, esboçando rebeliões de toda natureza, como já<br />

vimos.<br />

O irrequieto conde de Assumar tinha pavor da possibilidade<br />

de uma rebelião de negros. Chegou a propor penas severíssimas<br />

a exemplo de cortar a perna do escravo fujão, substituindo-a<br />

por uma de pau, ou de lhe cortar o tendão da perna<br />

para que ficasse coxo. O rei, para evitar o prejuízo de tanto<br />

423 Compêndio Histórico das Possessões de Portugal na África, p. 265 e 293.<br />

424 Mais visível nos mapas topográficos detalhados.<br />

425 Pequenos régulos, chefes de povoações chamadas quilombos, numa região chamada sobado – Compêndio<br />

Histórico das Possessões de Portugal na África, p. 265.<br />

426 Fidalgos ou príncipes – Compêndio Histórico das Possessões de Portugal na África, p. 255.<br />

427 Compêndio Histórico das Possessões de Portugal na África, p. 342.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!