QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
Câmara de Vila Rica de 1751” 2287 . Obs.: Xavier da Veiga não
menciona a data de 1751 2288 .
“Taunay repete o trecho quase nos mesmos termos, em
artigo no Jornal do Comércio de 9-8-36. Também Francisco
Antônio Lopes, tratando dos quilombos, transcreve o trecho
de Pedro Taques, com os 3.900 pares de orelhas. Também
Nelson de Sena, em Terra Mineira, mencionando a data de
1756, refere-se aos 3.900 negros mortos, cujas 7.800 orelhas
foram cortadas e trazidas, embarricadas em salmoura, ao governador.
Se Bartolomeu Bueno, escrevendo ao capitãogeneral,
depois de uma das duras refregas, queixava-se da
absoluta falta de sal que estava sofrendo, como poderia mandar
salgar 7.800 orelhas? Luiz Gonzaga da Fonseca, em História
de Oliveira, não se refere aos pares, mas ao número de
orelhas: 'o sanguinário Bartolomeu Bueno do Prado, o tal
que, de regresso da hecatombe, pôde apresentar ao governo,
uma penca de 7.800 orelhas de negros aquilombados'. Seria o
caso de se exclamar: mas que penca!” 2289 .
“Ao que tudo indica, os 3.900 pares de orelhas não
passam de mais uma lenda das tantas que enxameiam a História
de Minas Gerais. Nos acórdãos da Câmara de Vila Rica
nada existe a respeito, nem podia mesmo existir, por uma
razão simples: a expedição contra o Quilombo Grande, chefiada
por Bartolomeu Bueno do Prado, cujos preparativos tiveram
início realmente em 1756, mas só levada a efeito em
1759, foi dirigida pela Câmara de São João Del Rei, de comum
acordo com o governador; e somente a esta Câmara e
ao governador cumpria Bartolomeu Bueno dar conta de seus
atos, não à de Vila Rica. Verdade seja dita: não conseguimos
localizar os acórdãos da Câmara de São João Del Rei refe-
2287 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 42.
2288 Efemérides Mineiras – 1664-1897, p. 390.
2289 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 42-43, citando “Anuário do Museu da Inconfidência, 1952, p.
32” , “Nelson de Sena, Terra Mineira, p. 213” e “Luiz Gonzaga da Fonseca, História de Oliveira, p. 39”.
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