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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

O jornal O Itajubá, pertencente ao maçom Aureliano<br />

Moreira Magalhães, entre 1876 e 1878, quando a luta abolicionista<br />

já estava imensamente ruidosa em São Paulo, Ceará e<br />

Rio de Janeiro, não trouxe um único artigo que possa pelo<br />

menos lembrar que existisse, no Brasil, tal movimento emancipador.<br />

Ao contrário, seus artigos se limitam a bajulações à<br />

Augusta Princesa Imperial Regente, folhetins vertidos do<br />

francês, anúncios de “procura-se” de escravos fugidos, colunas<br />

sociais e brigas entre os homens-bons locais, artigos policiais<br />

denunciando a superlotação das cadeias, a falta de melhor<br />

controle sobre os presos - todos escravos criminosos e<br />

condenados - convocatórias em código para reuniões da Maçonaria<br />

local etc. Um número do jornal do início de 1878 é<br />

bem claro quanto ao tupiniquismo mineiro:<br />

“José de Alencar - Com o patriótico fim de erigir-se<br />

um túmulo a este ilustre brasileiro, tão cedo roubado às glórias<br />

e futuro da Nação, a ilustrada Redação do Monitor Sul-<br />

Mineiro, promove para esse fim uma subscrição popular.<br />

“Encarregada de auxiliar a idéia nobre e humanitária,<br />

a Redação do Itajubá, acedendo de bom grado à honrosa<br />

incumbência, tem no seu escritório autorização para receber<br />

assinaturas com que os dignos habitantes desta cidade, queiram<br />

subscrever.<br />

“Ao benemérito cidadão, ao consumado parlamentar,<br />

ao exímio literato Alencar tudo é devido por essa geração que<br />

tanto o admirou”.<br />

Não houve, no Brasil, província mais favorável à libertação<br />

dos escravos do que o Ceará que, inclusive, emancipou<br />

seus escravos seis anos antes da assinatura da Lei Áurea. Porém,<br />

nunca houve um parlamentar mais escravocrata do que o<br />

deputado José de Alencar, filho de senador de mesmos nome<br />

e ideologia. Sua luta não se limitou à tribuna parlamentar;<br />

lançou-se também na literatura indianista que seria o corpo e a<br />

alma do falso tupiniquismo brasileiro.<br />

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