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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Guerra ao Campo Grande, a de 1758-1760, ficou fora por esconder,<br />

além do abocanhamento final do atual Sudoeste Mineiro,<br />

o maior genocídio da América do Sul; c) ou seja, o “efeito<br />

pardismo” de nossa terra preferiu escamotear a verdade,<br />

matar a tradição e deixar tudo cair em eterno esquecimento.<br />

Finalmente, muitos dos acontecimentos acima – a partir<br />

da Carta da Câmara de Tamanduá - foram deslocados para<br />

dentro Triângulo Goiano, hoje, Mineiro, de maneira a criar<br />

sofismáticas justificativas para o esbulho que praticamos também<br />

contra a Capitania de Goiás em 1815.<br />

Sobre os executores diretos dos fatos e batalhas do<br />

Campo Grande, consigne-se que os historiadores e linhagistas<br />

mineiros sabem muito bem que um mineiro antigo pode ter<br />

olhos azuis e cabelos loiros e mesmo assim, dificilmente deixará<br />

de ser descendente de negros, mormente através das nossas<br />

primeiras ancestrais, as nossas negras Sabinas.<br />

Desde a Guerra dos Emboabas, a maioria dos pretos<br />

forros passou a dar todo o apoio aos reinóis, inclusive para<br />

chacinar os irmãos fugidos no Campo Grande, motivo de ignomínia<br />

e vergonha, fato que, por razão diversa, quiseram, assim<br />

como os reinóis, lançar no eterno esquecimento para jamais<br />

ser lembrado.<br />

Os brancos das <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, como diria Tiradentes,<br />

sempre foram uns “bananas”, ou, como diria o cínico Martinho<br />

de Mendonça, os “vassalos mais obedientes e que mais<br />

facilmente sacrifiquem grossos cabedais a serviço de el-rei”<br />

onde “os ministros de S. Majestade nas <strong>Minas</strong> são tratados<br />

com suma veneração e, não só obedecidos, mas também temidos<br />

tendo, com alguns, dado, os súditos, a última prova da<br />

sua paciência e sujeição” 2499 .”<br />

Os pretos forros colaboracionistas nunca quiseram ser<br />

heróis. Sempre quiseram ser brancos, o que tentaram conseguir<br />

usufruindo do escravismo, tendo escravos, ficando ricos<br />

2499 Verbete nº. 13908 do IMAR/MG, Cx. 33, Doc. 1, do AHU.

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