QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
bas dali são pré-colombianas). Esses mesmos documentos
provam que o primeiro sesmeiro da região encontrou ali um
quilombo, contra o qual teve que lutar, ajudado por inúmeros
capitães-do-mato. Derrotado o quilombo, instalou ali sua fazenda
e, assim, iniciou-se a povoação da região. Até hoje, na
divisa com outro município, há um lugar cujo nome é Calhambal
ou Calambau (quilombal: local de quilombos) além
do nome Mocambo e de um córrego com o mesmo nome de
Calambau e um outro com o nome específico de córrego do
Quilombo. Os usos e costumes locais, como em quase todas
as cidades mineiras, revelam total influência cultural negra. A
festa de maior importância da cidade é, assim como em todas
as suas vizinhas, a tradicional Festa de Nossa Senhora da Rosário.
Em 23 de março de 1960 toma posse o seu primeiro
pároco. Em 20 de março, no entanto, os seus vereadores já
haviam aprovado uma lei mudando os nomes de todas as suas
ruas: em vez de continuarem com os nomes de seus filhos
mais ilustres, passaram a ter nomes de tribos e povos indígenas,
sendo que, em sua maioria, nada têm a ver nem mesmo
com os índios mineiros.
Em 23 de setembro de 1960, o bispo dom Belchior agradece
uma doação para a “construção de uma igreja ou capela
do Rosário”. No mesmo ano, o pároco tentou acabar com
a tradicional Festa do Rosário. O povo ameaçou ir para a Igreja
Católica Brasileira e o padre voltou atrás.
Depois de marchas e contramarchas, na hora da construção
da igreja, já não era mais do Rosário; a decisão do bispo
foi a seguinte: como nesta cidade, “os nomes de ruas, praças
etc. eram tomados dos índios, então, que fosse, também, a
forma da nova igreja, para lembrar a taba do cacique entre
eles” . E, assim se fez! (1965).
O povo da citada região, apesar da oposição da Igreja
e do oportunismo imediatista dos políticos, do rádio e da televisão,
se mantém fiel a tradições antiqüíssimas, como é o caso
da Festa do Rosário, porém, apesar da certeza interior, não
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