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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

agosto de 1759 a posse eclesiástica “das terras do rio Grande,<br />

Agoapé até a Barra do Sapucaí e daí para diante correndo<br />

rumo do sul pela conquista dentro de Bautista Maciel e Pedro<br />

Franco até o <strong>Quilombo</strong> Velho...” 2016 .<br />

O bispo de Mariana, dom frei Manoel da Cruz, como<br />

já vimos, era tão ou mais dissimulado que Gomes Freire. Reconhecendo,<br />

perante seu colega paulista, desde 1757 a “dificuldade<br />

de interpretação do „Motu próprio‟ quanto a fazer os<br />

limites pelo secular” (que estava em conflito), dois anos mais<br />

tarde, em carta 1º de janeiro de 1759, colocou nas mãos do<br />

bispo de São Paulo a tomada de decisão, “visto achar-se mais<br />

perto da região em disputa, nestes termos: „Como eu faço<br />

grande conceito da retidão de Vossa Excelência, e das suas<br />

grandes letras e virtudes, estarei pela sua decisão” 2017 , no entanto,<br />

nesse mesmo ano de 1759, dera procuração ao padre<br />

João Correia de Melo para tomar posse de todo o território do<br />

Sudoeste de <strong>Minas</strong> para o Bispado de Mariana, tendo a última<br />

posse se consumado a 28 de outubro de 1759 (domingo) 2018 .<br />

Evidente, portanto, que quando falou – em 14 de novembro<br />

de 1759 - do “<strong>Quilombo</strong> do Sapucaí, o maior, mais<br />

povoado e antigo da capitania”, José Antônio Freire de Andrade<br />

– cumprindo ordem de seu irmão Gomes Freire - estava<br />

mentindo. Sabia muito bem que eram 11 povoações de “vadios<br />

e pretos forros” situadas em território que paulistas sem<br />

pátria ou sem capitania insistiam em dizer que lhes pertenciam.<br />

Bartolomeu Bueno do Prado e seus parentes eram paulistas,<br />

fato que também poderia ajudar a dissimular o massacre.<br />

Isso deveria ser e permanecer como um segredo de Estado<br />

pertencente às elites genéticas mineiras e paulistas.<br />

A informação sobre um suposto quilombo chamado<br />

“Sapucaí” escondia, na verdade, não só o massacre a 11 po-<br />

2016 Archidiocese de Mariana, p. 111-112.<br />

2017 Padre Hiansen Vieira Franco, in O Clero Paulista no Sul de <strong>Minas</strong> – 1801-1900, p.22, citando AESP,<br />

Documentos Interessantes – Arquivo do Estado de São Paulo, v. 11, p. 189 a 191.<br />

2018 Archidiocese de Mariana, p. 111-112, confirmado pelo pesquisador dr. Orlando Sales Filho in Armário 8<br />

pasta 1598, fls. 2, assunto Posse Judicial, do Arquivo Eclesiástico da Archidiocese de Mariana - AEAM.<br />

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