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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

Cunha Matos, em 1835-36, escreveu que “O caráter<br />

dos habitantes de S. Tomé tem analogia com o dos naturais<br />

dos países de que procedem. Os europeus são ativos e amantes<br />

do trabalho, os descendentes dos minas e dos benins 638<br />

são diligentes e asseados. Os angolas e cabindos são muito<br />

inferiores aos benins e minas; os calabares e gabões são preguiçosos<br />

e nada limpos. Os brancos nascidos na ilha são pela<br />

maior parte indolentes, desleixados e inimigos de aplicações<br />

sérias: os pardos gostam de ostentar de ricos e bem poucos<br />

há que sejam melhores que os brancos” 639 .<br />

Posteriormente, no Brasil, a situação foi-se modificando<br />

e os angolas superaram, em número, os demais negros, a<br />

ponto de, no período de 1731 a 1735, dos negros desembarcados<br />

no Rio de Janeiro, totalizando 42.066 escravos, 20.395<br />

eram angolas e, em segundo lugar, 11.398 “negros mandados<br />

do Pernambuco” 640 .<br />

Tentando fugir às repetições equivocadas sobre as nações<br />

africanas, adotamos, desde a primeira edição deste livro,<br />

os dados extraídos do livro África Contemporânea, publicado<br />

por Castro de Carvalho em l962. Trata-se de autor de respeito<br />

e de um livro simples cujos dados, apesar de um pouco defasados,<br />

merecem crédito.<br />

A primeira coisa que esse livro ensina sobre os povos<br />

e raças africanas é que o colonialismo adulterou as fronteiras<br />

e separou nações que, não obstante, muitas delas nunca perderam<br />

a identidade, constituindo, tal fato, em sérios problemas<br />

para os governos de tais países.<br />

Ao Norte, às margens do Mediterrâneo, predomina a<br />

raça branca ou árabe. Ao centro do continente, caminhando<br />

para o Sul, são negros que predominam em sua quase totalidade.<br />

Bem no Sul, já nas divisas da Rodésia, destacam-se os<br />

negróides ou bantus.<br />

638 Esses benins eram também chamados de yorubás e/ou daomés; Benin é o atual nome do antigo Daomé.<br />

639 Compêndio Histórico das Possessões de Portugal na África, RJ, 1963, p. 143.<br />

640 Negros e <strong>Quilombo</strong>s em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, p. 14, citando “Cód. 2, Torre do Tombo, Livros do Brasil vindos do<br />

Ministério do Reino”.<br />

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