QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
A existência de paióis abarrotados de diversificados
mantimentos e de muitas roças plantadas põe em dúvida a alegação
de que os negros praticavam roubos pelas estradas.
Quem já trabalhou na roça sabe muito bem que a agricultura
diversificada exige todo o tempo disponível de quem a ela se
dedique. Assim, onde arranjariam tempo, os calhambolas, para
cometer tantos crimes conforme os acusou Gomes Freire
através das câmaras e oficiais reinóis ?
Restou uma questão pendente: Ambrósio teria mesmo
sido morto? Como explicar o surgimento da capital do Campo
Grande-II com o mesmo nome de Ambrósio, agora, Quilombo
do Ambrósio? Como explicar a tradição ainda existente, entre
os pretos de mais idade, acerca do Pai Ambrósio, na região de
Ibiá e São Gotardo?
Documentos importantíssimos, que precisam ser localizados,
no Brasil ou em Portugal, são as duas cartas tipográficas
2483 que Gomes Freire de Andrade enviou à Secretaria do
Estado dos Negócios do Reino e Ultramar, onde, provavelmente,
tenha feito uma narrativa completa desta batalha e de
seus protagonistas.
Os 11 anos de pesquisa após a publicação da primeira
edição (1995) nos permitiram agora, comprovar que alguma
coisa inibiu que o vaidoso Gomes Freire publicasse, entre as
suas “proezas”, a destruição da Primeira Povoação do Ambrósio;
os indícios de que tudo foi mantido sob segredo de Estado
são abundantes.
A partir da grande guerra de 1746, os quilombolas se
aprofundaram ainda mais nos sertões, transferindo sua capital
para o então Triângulo Goiano e rios Bambuí e Indaiá, hoje,
territórios dos municípios de Ibiá, Monte Carmelo, Patrocínio,
Guimarânia, Cruzeiro da Fortaleza, Serra do Salitre, Rio Paranaíba,
São Gotardo, Campos Altos, Cachoeirinha, Córrego
Danta, Tapiraí, Altolândia, Estrela do Indaiá, Luz, Medeiros,
Bambuí, entre outros.
2483 Carta à rainha Maria Iª, in Revista do Archivo Público Mineiro, Ano II, 1897, p. 376.
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