QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

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QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
tador José Alves de Mira, por aumento de melhores lucros ao
seu contrato com a comunicação daquele país. Passando o
Campo Grande e além do rio de São Francisco 1537 , subindo a
serra denominada de Marcela e da outra parte a dos Ferros,
a Gloria, São Bento, as Paulistas, a Onça, a Fazenda das Almas,
Anderequice e o Engenho do padre Palhano 1538 nas vertentes
da Parnaíba aonde este sacerdote edificou uma ermida
a São João Nepomuceno com licença do bispo da metrópole e
administrou o pasto espiritual aos novos habitantes; porém
passados tempos, sendo acometido pelos bárbaros gentios desampararam
a ermida e as fazendas que, ao depois, foram
abrasadas pelos negros fugidos e ainda hoje pela Divina
Providencia se conservam os Esteios da referida ermida 1539 .
Continuando a picada, descobriram no âmbito da Parnaíba
as dornadas (denominadas) Catiguá na língua dos negros 1540 ,
hoje Salitre, Araxás, Santa fé, o Sitio dos Moquéns, dos Paulistas,
Pilões e vários rios até São Marcos, rio navegável pelas
suas grossas correntes e de outra parte uma grande serra
que a denominaram de Lourenço Castanho com todas as
mencionadas paragens em aumento da agricultura e de Erário
Régio de Vossa Majestade, concedeu o dito general 1541
avultadas sesmarias” 1542 .
1537 Veja-se, portanto, que o Campo Grande, em 1736, só podia ficar aquém, ou seja, antes do rio de São
Francisco.
1538 Ao sul de Estrela do Indaiá, margem direita do rio Indaiá, há 2 fazendas, 2 locais e 1 córrego com o nome
de “PALHANO” – Mapa de Luz, SC-23-Y-D-V, 1:100000, 1970.
1539 Seria, Esteios, hoje distrito de Luz? Outra indicação a ser aferida seria a de "Capelinha de São João”
(Nepomuceno?), margem direita do rio São João, entre as nascentes dos córregos da Vargem e do Potreiro,
afluentes esquerdos das nascentes do rio Paranaíba.
1540 Catiguá, segundo Luiz Caldas Tibiriçá, in Dicionário Guarani Português, p. 43, catiguá ou catinguá é
nome tupi de duas plantas, uma das famílias da melinácias, outra da família das rutáceas. Segundo a dra. Yeda
Pessoa de Castro, in Falares Africanos na Bahia, p. 206 e 207, caxinga é o mesmo que catinga (mau cheiro) e,
caxingar, é retardar ou fazer lentamente, todas palavras de origem banto.
1541 Isto – como provam as datas das concessões - no período em que o “dito general”, Gomes Freire, por
morte de Sarzedas, governava tudo, inclusive São Paulo.
1542 Carta da Câmara de Tamanduá, de 1793, à rainha Maria I, in Revista do Archivo Público Mineiro, Ano
II, 1897, p. 375-376.