QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
tras 400 foram destinadas a Manoel Alves de Souza Moreira.
Este, segundo relatório que apresentou ao governador, avançou
com sua gente para os lados do Paranaíba e, na margem
do rio das Velhas (Araguari), destruiu grande quilombo, no
qual havia 76 ranchos; aí prendeu 8 negros. Os demais, avisados
pelos espias, fugiram. Encontrou 'copiosas lavouras e
mantimentos recolhidos em paióis'. Destruiu e arrasou tudo.
Em outras entradas, destruiu outros quilombos de menor consideração”
2451 .
É notável como, diferentemente do que ocorreu quanto
às duas grandes guerras do Campo Grande, no caso da pequena
batalha supracitada, há farta e detalhada informação.
“O Alferes Bento Ribeiro, morador na paragem chamada
Pará e Rio São João, Freguesia de Pitangui, percorria
em 1766, os matos de sua fazenda; ia com dois camaradas
brancos e dois escravos. De repente, deram em um quilombo.
Não podendo atacar, devido ao pequeno número dos que o
acompanhavam, convocou os capitães-do-mato de Itatiaiuçu,
distante 14 léguas; com estes capitães-do-mato, mais camaradas
e escravos, num total de 22 armas, foi atacado e destruído
o quilombo e tudo o que nele havia; 14 ranchos de capim,
roças de milho, feijão algodão, melancias e mais frutas.
Foi morto o rei, mas quase totalidade dos negros conseguiu
escapar” 2452 .
O nome correto do alferes é Bento Rebelo. Havia três
brancos e não dois, quando da descoberta do quilombo. Havia
30 negros no quilombo, mas Rebelo e os capitães-do-mato só
conseguiram prender seis. O restante do documento - que é
um pedido de socorro de Rebelo ao governador - informa que,
após o ataque: “retirando-se o suplicante para a sua casa,
que tem na Freguesia da Cachoeira da dita roça, teve aviso
que os negros que escaparam se fazem poderosos, com o aumento
de flechas e mais armas de que vão para investir de
2451 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 67-68, citando Cód. 159, fls. 83v-85, APM.
2452 Negros e Quilombos em Minas Gerais, p. 68, citando Cód. 60, fl. 119, APM..
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