13.04.2013 Views

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>QUILOMBO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CAMPO</strong> <strong>GRANDE</strong><br />

HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO<br />

O último local acima indicado, segundo o mapa “das divisas”<br />

feito por José Joaquim da Rocha em 1780, estava situado<br />

dentro dos limites da Capitania de <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.<br />

Inexistem evidências de que as tropas de Bartolomeu<br />

Bueno tenham atacado esse núcleo, cujo balãozinho dando-o<br />

como “despovoado” no mapa do capitão França, não contém a<br />

palavra “quilombo”.<br />

Os Fatos<br />

A considerar os croquis de quilombos desenhados pelo<br />

escrivão da expedição de Inácio Correia Pamplona em<br />

1769 1924 , esses quilombos eram povoações comuns, contando<br />

com: a) roças, casa do tear e casa do Concelho, como o <strong>Quilombo</strong><br />

do Rio Perdição; b) hortas, casas de ferreiro, casa de<br />

pilões e casa de tear, trincheiras estratégicas com estrepes e<br />

saídas disfarçadas, a exemplo do <strong>Quilombo</strong> São Gonçalo II; c)<br />

casa do rei, casa do tear, algodoais e mandiocal, como no <strong>Quilombo</strong><br />

de um dos Braços do Perdição; d) casa de audiência<br />

com assentos, curtume de couros, casa e forja de ferreiros,<br />

como o <strong>Quilombo</strong> da Samambaia; e) fosso de 15 palmos, paliçada<br />

com casinhas de guaritas incrustadas, proteção de fosso<br />

profundo e estrepes fixados à maneira de quipacas 1925 , como<br />

no desenho que mostrou o queimado <strong>Quilombo</strong> do Ambrósio.<br />

Alguns sociólogos acadêmicos continuam a idiotizar a<br />

sociedade quilombola, reduzindo-a a uma suposta “barbárie<br />

de África”, dizendo que as casas de concelho se destinavam a<br />

“rituais religiosos”, quando todos os povoados não-quilombos<br />

tinham suas casas de câmara e cadeia onde funcionavam seus<br />

concelhos; dizendo que a casa do rei refletia a sociedade tribal,<br />

quando todos os países do mundo, naquela época, tinham<br />

reis; insinuando que as casas de ferreiro, curtume e teares tinham<br />

destinações religiosas, quando todos os arraiais mais<br />

1924 Encartes da Revista Anais da Biblioteca Nacional, v. 108, 1988, p. 50 a 106.<br />

1925 Compêndio Histórico das Possessões de Portugal na África, p. 287 e 301.<br />

677

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!