QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - Quilombo Minas Gerais

QUILOMBO DO CAMPO GRANDE
HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO
nua ter tido, Almeida Barbosa. O que é estupendo é o fato de
Waldemar e os demais pesquisadores mineiros nunca terem se
indagado sobre a sistematizada “falta” de documentos exatamente
entre fins de 1759 até 1761 a 1763.
E por falar em lógica, sendo verdade que Bartolomeu
reclamou ao governador da falta de sal, isto não faz decorrer
que não tenha salgado as orelhas, ao contrário, pode significar
que gastou mais sal do que devia, esgotando a provisão antes
da hora. Aliás, se devia dar satisfação somente à Câmara de
São João Del Rei, por que não pediu o sal a essa câmara, em
vez de pedi-lo ao governador?
Diogo Bueno pediu e a Câmara de São João Del Rei
resolveu mandar-lhe em 30 de julho de 1759 “dois rolos de
fumo, uma bruaca de sal, uma arroba de chumbo e oito libras
de pólvora e, assim, mas vinte e cinco alqueires de farinha de
milho e mais dois capados” 2293 . Ou seja, a cada comboio, junto
com os mantimentos e capados (mortos) era mandado o
respectivo e suficiente suprimento de sal.
Portanto, a argumentação de Almeida Barbosa é um
paralogismo pueril. Por fim, ele confessa que não achou os
acórdãos da Câmara de São João Del Rei, onde poderia haver
o registro mencionado por Pedro Taques, já que até a data do
fato (1751?) deve estar transcrita erroneamente.
Analisando os registros do prof. Galba Di Mambro no
“Inventário do Arquivo da Câmara Municipal de São João
Del Rei – 1715-1930”, constata-se que estão mesmo faltando
documentos, a exemplo das atas (Acórdãos) da câmara dessa
vila, período de 1760 a 1771, faltas que, repetidas em outros
documentos, revela que o alvo da evidente supressão deve ter
sido os anos de 1760-1763, faltantes em todos os conjuntos 2294
e, ao que parece, em todas as câmaras mineiras.
2293 Acórdão de 30 de julho de 1759, livro 004-136 digitalizado pela UFJF, fls. 131 (remarcada) do livro.
2294 Projeto Resgate Digital da Memória Histórico-Cultural de Minas Gerais, FAPEMIG e Universidade Fede-
ral de Juiz-de-fora.
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